Setecidades Titulo Caos na pandemia
Sem imunizantes, Diadema e Mauá
suspendem aplicação da Coronavac

Diademenses não têm nem mesmo a segunda dose assegurada; campanha prossegue predominantemente com vacinas da Astrazeneca

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
13/05/2021 | 22:36
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André Henriques/DGABC


Dois municípios do Grande ABC, Mauá e Diadema, suspenderam a aplicação da Coronavac por falta de doses. As demais cidades assumem que estão com estoque baixo do fármaco produzido pelo Butantan, mas ainda possuem quantidade suficiente para seguir com a imunização. A situação pode se agravar nos próximos dias, já que o instituto paulista entrega hoje ao Ministério da Saúde o último lote, com 1,1 milhão de doses, e depois vai ter de parar a produção por falta de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) que vem da China.

Os grupos atuais da campanha, compostos por pessoas que possuem comorbidades a partir dos 50 anos – algumas cidades vacinam neste momento apenas acima de 55 anos –, portadores de síndrome de Down, pacientes renais em diálise, transplantados imunossuprimidos e pessoas com deficiência permanente, estão sendo protegidos com o imunizante de Oxford/Astrazeneca. Ontem, as cidades receberam novo carregamento da vacina produzida pela Fiocruz e que vai garantir a continuidade da campanha.

A situação mais dramática é de Diadema. De acordo com a Prefeitura, os estoques da Coronavac estão zerados desde terça-feira e a cidade não tem reserva nem mesmo para aplicar a segunda dose em quem já tomou a primeira. A administração informou que espera por novo lote, que deve chegar no fim de semana, tendo em vista que o Butantan entrega hoje as últimas doses ao Ministério da Saúde, para garantir ao menos completar o esquema vacinal dos moradores que iniciaram a vacinação com o imunizante.

Em Mauá, de acordo com a Prefeitura, até ontem o estoque tinha apenas 720 doses da Coronavac, que estavam reservadas para quem já tomou a primeira dose. Assim, novas aplicações com o fármaco do Butantan estão suspensas até a chegada de novo lote. A cidade informou que tem 20.030 frações da Oxford/Astrazeneca para dar sequência à campanha.

INDEFINIÇÃO
A continuidade da produção da Coronavac por parte do Butantan depende de envio do IFA pela chinesa Sinovac. De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, a matéria-prima já deveria ter chegado ao Brasil, mas atrasou e não há data de quando será liberada.

“Com relação à nova partida de matéria-prima da China, nós temos uma previsão confirmada de 4.000 litros, mas não temos a data definida ainda. Deve chegar, no máximo, esperamos, até o dia 18 (terça-feira) deste mês. Essa é a situação do momento”, explicou o diretor do instituto, Dimas Covas.

O governador João Doria (PSDB) acredita que o atraso no envio dos insumos tenha relação com declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partida) contra a China. “O mesmo laboratório, Sinovac, oferece insumos para o Chile, que não agride a China, que não tem o seu presidente falando mal do governo chinês, do povo chinês e de sua vacina. O fluxo é normal de entrega desses insumos para o Chile. Por que não é para o Brasil? Razões de ordem diplomática e as formas desastrosas de manifestação em relação ao governo da China”, disse o governador. 




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