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Reflexão sobre existir

Nova animação da Disney/Pixar, ‘Soul’ convida a pensar sobre propósito de estar vivo na Terra

Por Tauana Marin
Diário do Grande ABC
03/01/2021 | 07:00
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O que faz você ser apaixonado pela vida? Qual sua missão e propósito enquanto estiver na Terra? Quais momentos valem a pena viver verdadeiramente? Essas são algumas das reflexões trazidas pelo recém-lançado longa-metragem Soul, mais recente produção da Disney/Pixar. O desenho animado foi o último grande lançamento do ano passado da plataforma de streaming Disney+, com o título disponível para os assinantes do serviço on-line.
 

A narrativa conta sobre a vida de Joe Gardner, um músico da cidade de Nova York apaixonado pelo jazz cujo sonho é fazer parte de uma banda. Enquanto não se junta ao grupo, trabalha em uma escola dando aula de música às crianças. Seu destino parece mudar quando recebe convite de um ex-aluno para participar de audição para tocar com um famoso artista do gênero que gosta tanto. A novidade renova as forças e esperanças do personagem.
 

O que Joe não sabia é que a euforia o faria sair pelas ruas pulando de felicidade, mas um inesperado acidente o deixa desacordado. Enquanto seu corpo está no hospital, a alma do protagonista se vê em plano especial habitado por esses seres que ainda não foram para a Terra. Dizendo não estar preparado para morrer, o novo ‘Joe espírito’ cruza o caminho da alma 22, que se nega a viver no planeta, já que não encontra razões para tal experiência. O dois tentam se ajudar, buscando ‘driblar’ as regras da dimensão chamada de ‘pré-vida’ ou ‘escola da vida’.
 

Outra parte da jornada da dupla ocorre quando consegue ‘descer’ para o mundo físico, mas em corpos diferentes. Uma alma mostra à outra peculiaridades da vida que ambas ainda não haviam notado. Juntos, eles percebem a riqueza dos pequenos momentos, como saborear uma pizza, bater papo na cadeira do barbeiro, olhar para as pessoas que transitam pela cidade ou simplesmente contemplar as folhas caindo das árvores e a beleza do céu.
 

Soul trata de dois extremos – a vida e a morte – por meio de questões profundas e pensamentos sobre diversos sentimentos. Acaba por seguir uma cartilha que tem marcado as produções da Disney/Pixar, casos de Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020), Viva – A Vida é uma Festa (2017) e Divertida Mente (2015). É a ideia de pensar sério com a ajuda de um mundo animado. Desta vez, fica o convite para se divertir enquanto reflete sobre o que lhe faz viver feliz.

Cultura e religião abordam outros ‘mundos’

Em Soul, o espírito do protagonista Joe Gardner faz viagem fantástica a um mundo onde as almas são formadas antes de chegarem à Terra, ficando no ar a curiosidade para onde vão. As discussões sobre o tema da morte e o pós-vida (ou o pré) fazem parte dos pensamentos do ser humano há milhares de anos. O assunto é abordado de várias maneiras em diferentes culturas e religiões.
 

Nascer e morrer são duas certezas da vida na Terra, com as pessoas tentando filosofar sobre o que acontece entre esses processos. São questões que deixam a ciência de lado e ganham força por meio de fé e crenças.
 

Há formas peculiares de se lidar com o tema. É o caso do México, onde há feriado conhecido como Dia dos Mortos, que ocorre em 1° e 2 de novembro. A forma de celebrar a data é resultado de mistura de religião (catolicismo popular) com rituais de povos antigos. Ao contrário do tom de tristeza que o fim da vida costuma ter no Brasil, por exemplo, os mexicanos deixam de lado o choro e melancolia para festejar essa passagem do ente querido.
 

Essa é uma das principais comemorações do país da América do Norte. A música também faz parte da cultura e as cidades ficam enfeitadas. Os mexicanos brincam com a morte e transformam os símbolos tradicionalmente associados a ela, casos de caveiras, fantasmas e cruzes, em motivo de diversão.
 

O recém-lançado Soul é um filme que desperta sentimentos como alegria, tristeza, ciúme, raiva, rejeição e luto. Tudo de forma leve, divertida e curiosa.

‘Soul’ tem direção de Pete Docter (de ‘Divertida Mente’) e do estreante Kemp Powers

É a primeira animação da Pixar a ter um protagonista negro




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