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Na história de Santo André, Fattori carregará Tocha Olímpica

Ex-dono de banca de jornal passará o fogo para a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
23/07/2016 | 07:00
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Entre os verbetes das famílias Faria e Flaquer no segundo volume do livro Famílias Tradicionais andreenses estão os Fattori. E não é por menos. O patriarca Santo Fattori chegou da Itália em 1906 e pouco tempo depois estava em Santo André. Foi amor à primeira vista. Fez a vida, criou os oito filhos e arrumou muitos amigos na cidade. Sua importância foi reconhecida e ele ganhou uma travessa com seu nome no bairro Casa Branca. E muito disso foi por conta de seu filho, Hermenegildo, que agora também será homenageado – carregará hoje a Tocha Olímpica na cidade em frente ao Parque Celso Daniel e passará o fogo sagrado para a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain.

Assim como o pai, o ex-faz-quase-tudo de 79 anos – trabalhou em restaurantes, mercearias e oficinas mecânicas, além de ter sido militar e vendedor – é conhecido no município por um empreendimento que teve – uma banca de jornal na Rua Coronel Alfredo Flaquer, no Centro, adquirida no início da década de 1980. Lá, não se preocupava só com seu ganha-pão, mas também com o entorno. Decorou a praça com várias placas, que lhe renderam elogios.

“Era a coisa mais linda, a praça tinha todos os nomes de prefeitos desde 1892 – eram 40. Cada vaso de flor era um prefeito. E eu queria arrumar uma foto do Ali Babá. Para ficar igual à história do Ali Babá e os 40 ladrões”, brincou. “Mas eu fazia de Dia das Mães, dos Pais, do Bombeiro. Ficava muito bonito”, lembrou ele, que conserva fotos da época e fala com orgulho do destaque que recebia.

“O Diário fez muitas reportagens sobre a praça e a minha banca. Entregava o jornal desde 1958, quando ainda era News Seller. E fui um dos primeiros assinantes”, afirmou.

Isso só fortaleceu seu amor pela cidade. Tanto que sua terceira filha, Andréa, recebeu o nome por conta de Santo André – quis o destino que ela nascesse em 9 de abril de 1979, e não 8, dia do aniversário do município, apesar das tentativas do pai. “O cartório não quis registrar dia 8 porque era feriado. Ela nasceu dia 9 e precisava ser registrada na data”, recordou.

Depois de ter homenageado a cidade, Hermenegildo quis que o município reconhecesse seu pai. Em 1972, após a morte de Santo, foi à Prefeitura para fazer com que a rua, que tinha o nome Peribebui, fosse renomeada. Antes, teve de explicar a história do trecho e obter o apoio de um vereador.

“A rua era do outro lado (da casa onde mora), e ele (Santo) foi na Prefeitura falar que estava errado. Ele tirou de lá e colocou aqui. Depois, falei que meu pai tinha 50 anos de Santo André e merecia uma rua. Eles (Paço) queriam colocar no Centro, mas eu quis aqui (no bairro Casa Branca). Um vereador ajudou e a rua ganhou o nome dele”, contou.

Se ele fez tanto pelo pai, pode-se dizer que o filho caçula Anderson, que é repórter de Esportes do Diário, fez o mesmo por ele. O jornalista contou sua história e chamou a atenção do Bradesco, que ofereceu a Hermenegildo a chance de carregar a tocha. Hoje, ele será conduzido na cadeira de rodas e levará o objeto para ficar eternizado na história de Santo André.

Janeth será a estrela do revezamento

A ex-jogadora de basquete Janeth Arcain será a principal personalidade esportiva a conduzir o símbolo dos Jogos Olímpicos em Santo André, cidade onde mora e fez seu nome como atleta. Campeã mundial de basquete e dona de duas medalhas olímpicas – prata em Atlanta-1996 e bronze em Sydney-2000 –, ela se disse emocionada por poder conduzir no município – o trecho que lhe cabe são 200 m na Avenida Dom Pedro II, próximo ao Parque Celso Daniel.

“Estou muito feliz. Esse é um momento único, principalmente para quem já esteve nos Jogos Olímpicos e no pódio. Conduzir a tocha na cidade onde eu moro e representar os 10 mil jovens que já passaram pelo meu instituto, é me sentir realizada. É como se eu estivesse com uma medalha de ouro no peito, subindo no pódio novamente”, destacou a ex-jogadora, que mantém instituição em seu nome com sede em Santo André e foi convidada pelo Bradesco.

A honra de encerrar o revezamento na cidade será de Adauto Domingues, treinador do maratonista Marilson Gomes dos Santos e bicampeão pan-americano nos 3.000 m com obstáculos em Indianápolis-1987 e Havana-1991.




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