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PT discute prévias para candidatura
23/11/2000 | 00:47
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Moderados e radicais do PT fluminense apóiam a proposta do ex-governador do Distrito Federal Cristóvam Buarque de realizar uma prévia para escolha do candidato da legenda a presidente da República em 2002, mesmo que seu presidente de honra, Luiz Inácio Lula da Silva, se lance a disputa. Integrantes de grupos que disputam o controle do PT no Rio avaliam que Lula venceria a votaçao interna, mas acham que a sua realizaçao seria a forma legítima de escolher o concorrente do partido. Há, no entanto, quem tema que as prévias dividam o partido, como já ocorreu no Rio neste ano.  "Acho absolutamente legítimo haver prévias", disse o deputado Milton Temer (RJ), um dos líderes do grupo Refazendo, que congrega a esquerda do PT no Rio. A vice-governadora Benedita da Silva, da tendência Articulaçao (moderada), ressaltou achar prematura a discussao, mas levantou um argumento legal: "O Estatuto do PT diz que, quando há mais de um pré-candidato, tem que haver prévia."

O presidente regional do partido, deputado Carlos Santana, do grupo Opçao Popular (moderado), concordou. O vereador Adilson Pires, do Campo de Açao Popular (moderado), porém, é contra. "Pode dar em divisao", apontou. Na contramao das lideranças de outros grupos, Adilson Pires lembrou experiências como a do Rio e de Diadema (SP), em que houve prévias e o PT se dividiu para criticar a proposiçao.

Temer lembrou que, nas eleiçoes de 1989 e de 1994, nao havia dúvidas quanto à unanimidade em torno da candidatura de Lula. "Em 1998 já deu problema, porque tinha o Tarso Genro (cuja pré-candidatura chegou a ser esboçada), e isso nao foi bem resolvido", afirmou. Para ele, é "imprescindível" no PT a necessidade de realizar as prévias. "Isso nao é nenhuma ofensa ao Lula", salientou.

O parlamentar disse também que o próprio Lula, ao retardar a definiçao de sua possível candidatura, alimenta o debate em torno da possível realizaçao da escolha. Temer afirmou acreditar que Lula venceria as prévias com facilidade.  "Nao dramatizo a questao", afirmou o deputado. "O que nao agüento mais é ouvir gente dizendo tem que ser o Lula e outros dizendo com o Lula nao dá", explicou. Temer declarou que pessoalmente nao acredita na realizaçao de prévias no PT, mas lembrou que, anteriormente, quando era candidato único, Lula nao precisava dizer que concorreria: "Agora, há outros com dimensao para concorrer também; aí, cria-se a tensao." Para ele, "nao é nenhum absurdo a candidatura do senador Eduardo Suplicy (SP)". "Nao há mais condiçoes para Lula deixar para dizer, na última hora, que é candidato", criticou.




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