Pequenos cuidados com o carro ajudam a prevenir problemas que podem se tornar graves e bem pesados para o bolso. Muitas vezes, se atentar a cuidados simples, como checar os filtros e a qualidade do combustível usado para abastecer o carro, já faz uma boa diferença.
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Gilberto Pose, especialista em combustíveis da Raízen, licenciada da marca Shell, dá dicas de manutenção preventiva para manter seu carro sempre em ordem e evitar visitas indesejadas ao mecânico.
8 dicas para manter o carro conservado
1. Bateria
Responsável pelo funcionamento do sistema elétrico do carro, a bateria muitas vezes só é lembrada quando deixa o motorista na mão. Cheque regularmente se os cabos estão limpos e bem fixados nos polos. Com o tempo, a oxidação dos componentes da bateria forma resíduos que se acumulam nas pontas dos conectores.
Preste atenção aos sinais. Se o seu carro está com problemas para dar partida, a luz dos faróis perde a intensidade ou o rádio começa a falhar, são indícios de que está na hora de trocar a bateria. Para evitar a descarga precoce, não esqueça faróis ou rádio ligados. Se deixar o carro sem uso por um longo período, vale a pena desconectar primeiro o cabo do polo negativo, e depois o do polo positivo, para preservar o componente.
2. Combustíveis
O uso constante de combustíveis aditivados ajuda a limpar o motor de resíduos, protege e lubrifica as partes internas para que se movimentem mais suavemente, reduzindo o gasto de energia, e auxilia na sua performance e desempenho. “Além dos benefícios a médio e longo prazo, no caso dos combustíveis aditivados da família Shell V-Power incluímos a tecnologia exclusiva Dynaflex, que entrega ainda mais performance e rendimento, agindo em altas e baixas rotações do motor. Eles ainda são ideais para qualquer tipo de veículo, desde os movidos a gasolina aos flex, como também os de baixa ou alta potência”, explica Pose. “O abastecimento continuo com combustíveis aditivados evita o acúmulo de partículas que prejudicam o desempenho do motor, o que reflete em um veículo com menos problemas a médio e longo prazo”, complementa.
3. Filtros
Todos os carros possuem três filtros básicos: de ar, de óleo e de combustível. Os carros com ar condicionado ainda contam um filtro específico para este sistema. Todos têm a função de evitar que impurezas entrem no motor e cada um deles tem o seu próprio tempo para troca, mas em média, duram entre 10 mil e 15 mil quilômetros. Por isso, é importante verificá-los a cada revisão programada do veículo.
Eles são baratos e fáceis de substituir, mas caso não estejam mais adequados para o uso, podem causar grandes estragos no motor. Um filtro de combustível vencido, por exemplo, permite que impurezas cheguem ao sistema de injeção provocando falhas e redução do rendimento.
4. Freios
O fluido dos freios é um item importantíssimo no sistema de frenagem de qualquer veículo. É ele que transmite a pressão do pedal de freio para as rodas, desacelerando o veículo. Por isso, é fundamental que ele esteja sempre no nível correto.
O fluido absorve água ao longo de sua vida útil, que ferve com o calor dos freios, formando bolhas de vapor que danificam todo o sistema de frenagem. Para evitar esse tipo de problema, recomenda-se trocar o produto, em média, a cada dois anos ou conforme a indicação do fabricante.
Se o seu carro possui freios ABS, verifique também o sistema eletrônico para se certificar que está tudo em ordem. Outro item indispensável para a correta redução de velocidade do veículo são as pastilhas, responsáveis por criar o atrito com o disco de freio. Sua troca depende muito da intensidade de uso, mas o ideal é seguir a recomendação do manual do veículo.
5. Óleo do motor
Ele lubrifica as peças e impede que os componentes metálicos sofram com o atrito, já que este desgaste pode aumentar a temperatura e levar o motor a fundir. Por isso, é muito importante fazer a troca periódica do óleo, que, geralmente, precisa ser realizada a cada 5 mil, 7 mil ou 10 mil quilômetros, ou como determina o manual de proprietário do veículo ou o fabricante do produto.
Cada veículo exige um tipo específico de óleo, que pode ser mineral, sintético ou semissintético. Consulte o manual do proprietário para saber qual é o mais indicado para seu veículo. Usar um produto inadequado pode reduzir a eficiência do motor e gerar problemas sérios a longo prazo, já que ele não circulará corretamente pelas peças e fará com que funcionem sem a lubrificação adequada por alguns instantes.
6. Pneus
A cada 10 mil quilômetros, faça o alinhamento, o balanceamento e o rodízio entre os pneus. Além disso, calibre a cada 15 dias, conforme a pressão indicada pela montadora do seu veículo, com o item ainda frio.
E atenção aos sinais de desgaste. Todos os pneus têm o chamado TWI (Tread Wear Indicator ou indicador de desgaste de rodagem, na sigla em inglês), que são pequenas elevações de borracha nos sulcos do pneu. Se o desgaste está próximo a estas marcas, troque-os o quanto antes.
7. Radiador
É o responsável por manter o motor do veículo refrigerado, evitando o derretimento de peças e seu mau funcionamento. Certifique-se semanalmente se a água do radiador está no nível correto indicado no reservatório e se não há nenhum vazamento. O indicado é que o motor trabalhe com temperatura na faixa dos 90°C.
Em carros mais antigos, o recomendado é fazer esta checagem diariamente, com o motor ainda frio. Faça também uma limpeza no sistema de resfriamento com frequência e use água filtrada em proporção correta com o acréscimo de aditivos de boa qualidade. Nunca utilize água de torneira no radiador, ela contém sais minerais que se incrustam no motor, prejudicando sua refrigeração.
8. Velas
São elas que produzem a faísca elétrica que dá a partida nos motores a combustão. Em perfeito estado, elas ajudam no bom desempenho do motor e até influenciam no consumo de combustível. Se estiverem desgastadas, a performance do carro diminui e o consumo de combustível aumenta. Em média, os modelos convencionais duram entre 30 mil e 50 mil quilômetros, devendo ser inspecionadas a cada 10 mil. Preste atenção às trocas periódicas conforme a indicação do fabricante.
Veja lista de recalls bizarros no Brasil e no mundo
Quando uma montadora percebe que colocou um carro defeituoso no mercado, sua obrigação é convocar um recall e reparar as irregularidades do veículo. Em alguns casos, as falhas podem causar problemas grotescos que comprometem a integridade de motoristas e passageiros, como combustão espontânea do automóvel. Um dos casos recentes mais marcantes é o dos airbags mortais produzidos pela empresa japonesa Takata. Os itens, que projetavam fragmentos contra os ocupantes durante colisões, foram usados em modelos de empresas como Honda, Chevrolet, BMW e Toyota. Na galeria, veja os recalls mais bizarros do Brasil e do mundo:
Fiat Tipo: depois que algumas unidades pegaram fogo sozinhas, a Fiat convocou um recall para substituir o tubo convergedor de ar quente do motor. Mesmo com a manutenção, alguns veículos continuaram pegando fogo, e foi preciso fazer um segundo chamado para consertar vazamentos de fluido da direção hidráulica, já que o líquido vazava pelo escapamento e provocava os incêndios
Foto: Divulgação
Fiat Tipo
Ford Pinto: o veículo, que foi barrado no Brasil por conta do nome sugestivo, protagonizou um recall polêmico nos Estados Unidos. Se o carro sofresse uma colisão traseira, o tanque de gasolina podia quebrar e causar uma explosão. Antes de colocar o modelo no mercado, a Ford já sabia do problema, mas fez as contas e percebeu que indenizar possíveis mortes e casos de queimaduras sairia bem mais barato do que regularizar a linha de produção. No final, depois de mortes e ferimentos graves, a montadora convocou as unidades para recall e teve que pagar milhões em indenizações
Citroën C3 Picasso: em 2011, 22 unidades da Inglaterra foram chamadas para recall por conta de um motivo um tanto o quanto exótico: quando o passageiro da frente pisava com força no assoalho do carro, era possível acionar o sistema de frenagem sem querer. Isso acontecia porque as versões inglesas tinham os volantes e pedais migrados para o lado direito da cabine, mas o mecanismo continuava passando por baixo do forro do assoalho da parte esquerda (do passageiro). A solução foi reforçar o isolamento dos fios
Mercedes-Benz Classe A: durante seu lançamento mundial em 1997, o modelo capotou quando participava do “teste do desvio do alce". Para evitar que a situação se repetisse, a montadora implantou um sistema eletrônico de estabilidade e fez mudanças na suspensão sem alterar o valor final do carro
Foto: Divulgação
Airbags mortais: Ao menos 16 pessoas morreram por conta das bolsas infláveis defeituosas da empresa japonesa Takata. Os itens projetaram fragmentos contra os ocupantes. O escândalo foi revelado em 2014 e já atingiu grandes montadoras, como Honda, Toyota, BMW e General Motors, que precisaram realizar convocações para recall de seus carros
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Honda foi uma das atingidas pelos Itens defeituosos da Takata
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Toyota Corolla: a má fixação do tapete do carro fazia o item deslizar e travar o pedal de aceleração do veículo. Algumas unidades aceleraram sozinhas e causaram acidentes graves. A Toyota convocou mais de 100 mil unidades brasileiras para fazer manutenções no sistema de fixação dos tapetes e explicar a forma ideal de posicioná-los
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Toyota Corolla
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Ford F-150: em 2015, a Ford chamou mais de 12 mil unidades para recall por conta de um problema no sistema de direção. A falha podia provocar a perda de controle da caminhonete e causar acidentes graves
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Ford F-150
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Chevrolet Sonic: logo após o lançamento do modelo nos Estados Unidos, a GM percebeu que mais de quatro mil unidades saíram de fábrica sem as pastilhas de freio. A falha afetava o desempenho do carro e virou motivo de recall
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Chevrolet Sonic
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Volkswagen Fox: mais de 500 mil unidades vendidas no Brasil contavam com um defeito que decepava a ponta dos dedos das pessoas que tentavam rebater os bancos do carro. Isso porque o sistema era um pouco “arisco” e funcionava como uma guilhotina. A montadora convocou o recall, modificou o sistema e incluiu avisos indicando a maneira correta de posicionar as mãos e os dedos durante a ação
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Volkswagen Fox
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Chevrolet Saturn Ion, Pontiac Pursuit, Pontiac G5, Cobalt, Saturn Ion, HHRs, Pontiac Solstice e Saturn Sky: outro caso polêmic é o recall de mais de um milhão de unidades da GM nos Estados Unidos. A montadora demorou mais de 10 anos para divulgar que os veículos tinham um defeito na ignição. A falha está relacionada a cerca de 13 mortes acidentais e rendeu uma multa de US$ 35 milhões à empresa norte-americana
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Chevrolet Cobalt
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Fiat Stilo: algumas unidades fabricadas entre 2004 e 2010 tinham um defeito que podia causar a soltura das rodas traseiras durante a condução. Depois do registro de acidentes, a Fiat convocou um recall imediato para substituir o conjunto do cubo da roda. A montadora ainda teve que pagar uma multa de R$ 3 milhões por colocar um produto com defeito de fabricação no mercado
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Fiat Stilo