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Encruzilhadas virtuais
Rodolfo de Souza
20/06/2019 | 07:00
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  Em tempos tecnológicos o nosso bom e velho idioma tupinambá ganhou palavras que, tudo indica, vieram para ficar. E este fenômeno começou a aumentar quando do avanço da informática por este vastíssimo território de vastíssimos contrastes.

Não foi difícil, inclusive, a adaptação ao nosso clima, desses termos, que se ambientaram rapidamente, tendo em vista o excessivo número de vocábulos ingleses que já habitavam estas paragens.

Destaque para o fato de já não serem assim tão jovens alguns nomes como mouse, site, e-mail, downloud... Estes e outros tantos fazem parte do cotidiano das pessoas que não vão a parte alguma sem o note book.

Também os celulares são pequenos computadores que servem principalmente para a diversão. De fato, telefone foi criado, a princípio, para estabelecer comunicação de voz à distância. Entretanto, com o passar dos anos, o impulso tecnológico cismou de inventar a telefonia móvel, à qual logo se incorporou a internet. E o pequeno aparelho transformou-se, por fim, num templo em que a fofoca desfruta do privilégio ímpar de rolar em tempo real, estando perto, longe ou muito longe o interlocutor. É, por conseguinte, o whatsapp a febre que possibilita esse milagre da conversa ao pé do ouvido ou compartilhada, por horas, todos os dias. E, verdade seja dita: tem gente que não se senta numa privada sem o celular!

E nesse universo de conexões, o navegante se refestela também no Facebook e no Instagram, ambos espaços de ostentação e de bajulação. Sem contar os lugares virtuais usados para encontrar o companheiro, a companheira, sites de busca disso e daquilo, jogos, compras...

São, portanto, inumeráveis os aplicativos pelos quais navegam milhões, bilhões de informações, a velocidades estonteantes, noite e dia. Coisa jamais pensada há algumas décadas.

Logicamente que, diante da imensidão de programas que fazem funcionar os computadores, não poderia deixar de fazer parte dessa festa cibernética uma praga que dissemina prejuízos por toda a parte. Falo obviamente do vírus, entidade que viaja silenciosamente pelas máquinas do mundo, promovendo muita dor de cabeça, uma vez que sabota arquivos e mais arquivos, sem peso na consciência. Tinhoso que é, ele gosta de desfrutar da liberdade de ir e vir, sobretudo pela internet.

Outra praga que surgiu com o advento da rede, é o chamado hacker. É, pois, o sujeito que, sem um fiapo de pudor, invade espaços exclusivos de outras pessoas. Trata-se, pois, de um indivíduo com habilidade suficiente para empreender passeios pela intimidade dos programas até encontrar aquele que lhe seja interessante vasculhar. Age silenciosamente, subtraindo informações para delas tirar proveito.

A fama desses especialistas, inclusive, fez com que fossem acusados recentemente de práticas contra pessoas importantes deste esquecido rincão. Claro que abusa, este último, da nada prestigiada reputação daquele para botar nele a culpa por seus próprios pecados. Teriam, pois, os hackers, invadido os aparelhos celulares dessa gente graúda, só para colocar neles mensagens comprometedoras que jogam na lama a imagem imaculada, de puríssima honestidade, que vinha carregando até então. Travessura que deve ser punida na forma da lei, segundo os acusadores revoltados. Mas, na verdade, é o preço que se paga por se comportar mal o indivíduo que já é refém da máquina.

Vê, amigo leitor, no que dá confiar na tecnologia? Você nem pode furar sossegadamente o olho do seu semelhante, que logo um bisbilhoteiro cibernético aparece para dedurá-lo. Onde já se viu!




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