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Casal e cinco filhos se abrigam sob viaduto

Família diz ter chegado de Vitória da Conquista há três meses e ocupou área no Capuava, em Mauá

Bia Moço
Especial para o Diário
Denis Maciel
01/02/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O casal Cassiano Fernandes Esteves e Rosângela Nogueira Santos diz que chegou de Vitória da Conquista, na Bahia, com cinco filhos pequenos e montou abrigo com lona em área localizada embaixo de viaduto da Jacu-Pêssego (esquina da Avenida Manoel da Nobrega com a Rua Rosa Kasinski), no bairro Capuava, em Mauá, há cerca de três meses. Ali, passou a dividir espaço com Leonardo Rodrigues Pereira, pernambucano de Águas Belas que construiu barraco na área há pouco mais de seis meses.

Apesar de também viver na precariedade, Pereira afirma ter se sensibilizado com a situação da família, principalmente com a falta de estrutura para as crianças – Mariano Zaqueu, Cristalina, Kailane, Cassiana Lais e Railane Nogueira Fernandes Esteves – e auxiliou na construção de um barraco ao lado do seu. “Não conseguia ver a família embaixo de um teto de lona, por isso dei a ideia e ajudei a fazer um ‘puxadinho’ para eles. Não é uma casa, mas é melhor do que tinham”, comenta.

Pereira não esconde o desejo de voltar para a terra natal. “Lá posso pedir a aposentaria como trabalhador rural.” Rosângela, por sua vez, sonha em se mudar para uma casa e recadastrar os filhos no Bolsa Família, benefício perdido há cerca de um ano, mas ela não explicou o motivo.

Os barracos ficam quase ao lado da estação de trem Capuava e, de acordo com usuários do transporte público, os moradores seriam ciganos, pois ficam cerca de três meses acampados no local, se mudam e depois de um período retornam. A equipe de reportagem do Diário foi até o acampamento, ontem à tarde, mas não havia ninguém nas moradias.

Comerciantes do entorno informaram que os moradores saem cedo e retornam apenas após as 20h. A equipe voltou à noite e encontrou o grupo já em seus barracos.

Procurada, a Prefeitura de Mauá informou que as famílias que estão na área migraram de Santo André para o bairro. De acordo com a administração, as equipes da Secretaria de Promoção Social foram ao local em diversas oportunidades e ofereceram a possibilidade de acolhimento no Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), mas eles recusaram. Esclareceu ainda que a administração não pode retirar compulsoriamente essas pessoas do local.

 




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