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Funcionários da Mercedes fazem passeata por PLR
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
09/06/2005 | 08:21
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Numa tentativa de pressionar a empresa retomar as negociações sobre a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), funcionários da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo organizaram nesta quarta de manhã a segunda manifestação nesta semana dentro da fábrica. Desta vez, uma passeata mobilizou por mais de três horas cerca de 500 funcionários dos setores de ferramentaria e protótipo da montadora. Apesar da paralisação, a produção de ônibus e caminhões não ficou prejudicada.

A montagem funcionou normalmente porque as áreas envolvidas não estão diretamente ligadas à linha de produção, ao contrário do que aconteceu na última segunda-feira. Nesse dia, outros 300 empregados do setor de ônibus pararam o turno da manhã e comprometeram a fabricação na unidade. A expectativa é que mais manifestações sejam realizadas nos próximos dias, caso não sejam reabertas as conversações.

A ofensiva contra a companhia faz parte da estratégia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) de garantir uma PLR maior em relação ao ano passado. Atualmente, as conversações entre categoria e empresa estão suspensas porque há um impasse no valor do benefício. Enquanto a entidade pede um aumento proporcional ao crescimento da produção, a Mercedes-Benz quer pagar os mesmos R$ 5.620 concedidos em 2004.

Como argumento, os sindicalistas apontam que a cadência de produção cresceu em 2005. Hoje, a média diária está em 234 carros, contra os 188 no ano passado.

O diretor do sindicato na fábrica, Walter de Souza, explicou que as mobilizações iniciadas nesta semana só serão interrompidas se houver um novo contato da montadora. E ainda descartou a possibilidade de a categoria voltar atrás na decisão de não aceitar a mesma PLR do ano de 2004.

“Enquanto isso não acontece, a tendência é que o nosso movimento aumente dentro da unidade. Novas passeatas poderão ser organizadas a qualquer momento já que os funcionários de outros setores demonstraram interesse em parar por uma PLR maior”, ameaçou. Souza adiantou a pretensão do sindicato de até fazer uma paralisação geral na unidade se os protestos pontuais não surtirem o efeito esperado.

Empresa – A assessoria de imprensa da Mercedes-Benz informou que a empresa considera normal a realização de mobilizações como as desta semana em meio a um processo de negociação com o sindicato. A montadora expressou ainda o interesse de retomar as conversações com os representantes dos trabalhadores e acabar com o impasse.
No entanto, a companhia preferiu não adiantar se fará ou não uma contraproposta numa possível negociação. A Mercedes-Benz também evitou mencionar os valores oferecidos ao sindicato e sobre outros números envolvendo a empresa.



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