Automóveis Titulo Monovolumes
Discreto, mas interessante
Marcelo Monegato
Enviado a Curitiba (PR)
25/03/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Após um longo período de morosidade e sem novidades, vivendo apenas de leves reestilizações - os chamados facelifts -, os monovolumes passam por um momento de relativa agitação. Depois do lançamento do novo Honda Fit no fim do ano passado, o segmento presencia no início de 2009 a chegada de um novo integrante. Trata-se do Nissan Livina, já produzido e vendido em alguns países pelo mundo, como África do Sul, China e Indonésia.

O modelo representa um marco significativo para a montadora em solo brasileiro. Além de ser o primeiro veículo de passeio da Nissan produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR), o Livina concretiza a entrada da marca no mundo dos bicombustíveis.

Mas vamos ao que realmente interessa ao comprador: os preços! E antes de mais nada, é preciso reconhecer: eles são competitivos.

O monovolume será vendido em quatro versões, que variam de acordo com a motorização e a lista de equipamentos de série. A de entrada, por exemplo, parte de R$ 46.690 e traz motor 1.6 16V - o mesmo utilizado pelos veículos da Renault -, transmissão manual de cinco velocidades, ar-condicionado, direção elétrica com assistência variável e air bag para o motorista.

Já a versão topo de linha, que custa R$ 56.690, oferece de diferente em relação à de entrada o propulsor 1.8 16V, câmbio automático de quatro velocidades (com overdrive), revestimento do volante em couro, faróis de neblina, maçanetas externas na cor do veículo, rodas de liga leve de 15', rádio CD player com MP3, freios com ABS e air bag duplo.

AVALIAÇÃO - Feio ele não é. Mas também não é um primor de design. Com traços comedidos, o melhor adjetivo para o Livina é discreto. A frente traz o capô com dois vincos transversais, faróis grandes e triangulares, grade marcante e que remete ao Murano (utilitário esportivo da marca), e uma entrada de ar retangular entre os faróis de neblina.

A lateral tem traços recatados. Nota-se, pela linha de cintura reta e elevada, a falta de ousadia dos projetistas. Destaque para a terceira janela. Por fim, a traseira não foge do restante. A pequena lanterna lembra o antigo Mercedes-Benz Classe A e o vidro tem um formato diferenciado, que ajuda o motorista na visibilidade traseira.

O espaço interno é muito bom. Com 4,18 m de comprimento, 2,60 m de distância entre os eixos e 1,57 m de altura, a vida dentro do Livina é confortável. Passageiros com mais de 1,80 m de altura não enfrentam problemas com as pernas ou a cabeça, independentemente de ocuparem o banco da frente ou a segunda fileira.

Porém, nem tudo é perfeito. A posição ao dirigir é boa, mas poderia ser melhor se o banco do motorista tivesse controle de altura e a coluna de direção ajuste de profundidade.

O painel de instrumentos, com grafismo moderno, tem boa visualização. Os controles estão todos à mão do condutor. No entanto, o acabamento fica devendo por causa da grande quantidade de plástico de qualidade inferior e dos encaixes nem sempre precisos das peças.

NA ESTRADA - O Diário avaliou as versões de entrada e topo de linha. Em percurso urbano, o motor 1.6 16V e a suspensão muito bem acertada - mescla de rigidez e conforto - tornaram o passeio agradável. Na estrada, a 120 km/h, o conta-giros marcava 3.600 rpm.

A versão equipada com o motor 1.8 16V e câmbio automático também demonstraram ser uma interessante opção. É ligeiro nas retomadas e oferece um rodar macio.

Nissan tem projeções modestas

Sem falsas ilusões. Quando se fala em vendas, a Nissan trata de manter os pés no chão. Diante de um cenário de muitas incertezas, a marca não faz mistérios. "Queremos vender 800 unidades do Livina por mês", garante Mario Furtado, gerente de marketing de produto. Ao todo, em 2009, a meta é atingir os 7.200 modelos comercializados.

O Livina, porém, tem condições de ir mais longe, se levarmos em conta as qualidades que saltam aos olhos do comprador mais racional, como custo-benefício interessante e espaço interno de sobra.

Outro fator favorável ao Nissan é a cansada concorrência. Chevrolet Meriva, que em fevereiro teve 4.588 unidades emplacadas, e Fiat Idea, com 2.517 emplacamentos, possuem projetos mais antigos.

O Honda Fit, por sua vez, deve permanecer intocável na liderança do segmento. Afinal, no segundo mês do ano, foram emplacadas 6.701 unidades do Honda, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;