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Fundação reúne aficionados por 'carangas'
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
09/03/2009 | 07:04
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Celso Luiz/DGABC


O ano é de 1955. O Rei do Rock, Elvis Presley, circula nas ruas de Memphis, no Tennessee, com seu Cadillac cor-de-rosa. Peça única, admirada pelos fãs. Para quem vivenciou esta época, é fácil imaginar a cena. Mas quem não teve essa oportunidade pôde conhecer ontem, na Fundação Santo André, uma réplica do automóvel e diversos tipos de carros antigos. O evento, organizado pelo Antigos Auto Clube de São Paulo, é feito sempre no segundo domingo de cada mês.

E foi ao som de rockabilly - subgênero do rock'n'roll da década de 1950 -, tocado pela banda Ready Teds, que esta raridade foi estacionada. Bastou adentrar o local para grande parte do público ficar boquiaberta com a beleza do automóvel. E a celebridade que o dirigia era o mecânico Leandro Ducci, 35, de São Paulo.

Para ele, que faz a manutenção do automóvel, esta é uma das vantagens dos carros antigos. "Ele é tão diferente que entretém até os outros motoristas em dias de trânsito. Basta passar que fica todo mundo prestando atenção. Distrai", diz. Ducci tem em sua pequena coleção quatro carros do século passado.

Minutos depois chegou, a pé, o real proprietário da réplica e fã de Elvis Presley, Antonio Carlos, 50, de São Paulo. O motorista tem o carro há cinco anos, um sonho de infância. "Para mim, dá uma certa dose de nostalgia, me desperta a lembrança de um tempo bom", conta. O veículo, que custa cerca de R$ 45 mil, é também alugado para casamentos por R$ 600.

Próximo a este carro estava também Noriam Munhoz, 56, de Santo André, um dos integrantes do Reumatismo Car Club. O empresário é dono de um Simca Tufão 1966, entre outros automóveis. Embora esses encontros geralmente sejam para vender os carros e peças, Munhoz diz que dinheiro nenhum paga seu Tufão. "Ele lembra a minha infância, quando assistia ao seriado O Vigilante Rodoviário (da década de 1960, na TV Tupi). Não vendo de jeito nenhum."

Curiosidade - Mas não são só os mais velhos que gostam dessas raridades. O estudante de engenharia João Carlos Spadori, 22 anos, participou do encontro para mostrar seu Chevilly 1968. O destaque: o motor importado, de 450 cavalos. Esse pequeno diferencial faz o veículo valer cerca de R$ 150 mil. "Só saio com ele para participar de eventos. É muito perigoso. Ir a shoppings, nem pensar."

O organizador Reinaldo Tadeu, o Russo, diz que desde o início, o evento, feito há quatro anos e que reúne mais de 300 automóveis, foi um sucesso. Ele destaca que os alimentos não-perecíveis que dão acesso ao local são doados a uma instituição de caridade todos os meses.




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