Montante leva em conta o valor recebido pelos trabalhadores formais e aposentados
O pagamento do 13º salário vai injetar R$ 3,6 bilhões na economia do Grande ABC. O valor foi estimado pela subsecção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Deste montante, R$ 2,5 bilhões serão pagos aos trabalhadores com carteira assinada e R$ 1,1 bilhão que já foi depositado nas contas dos aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Cerca de 1,275 milhão de pessoas recebem o benefício, sendo 769,9 mil trabalhadores com carteira assinada e 504,6 mil beneficiários da Previdência Social. Do total de recursos, 70,2% originam-se do rendimento dos trabalhadores do mercado de trabalho com carteira assinada (com as maiores proporções pagas pelo setor de serviços, indústria de transformação e comércio) e 29,8% dos aposentados e pensionistas.
Somente os trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vão injetar R$ 427,2 milhões. Composta por 69.033 pessoas, com vínculo nas indústrias de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e rendimento médio mensal de R$ 6.189, a categoria segue exercendo forte influência na economia regional, uma vez que representa 5,4% do total de pessoas que deverão receber o benefício de fim de ano, mas participa com 12% dos recursos totais a serem pagos em 2021. Quando comparados aos trabalhadores formais da região, constata-se que os metalúrgicos detêm 9 % dos empregos, mas respondem por 16,9% do montante pago aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
O estudo não leva em conta os assalariados sem registro em carteira, os autônomos ou trabalhadores que possuem outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebam algum recurso a título de abono de fim de ano.
DIVISÃO REGIONAL
Com relação aos municípios, Santo André, São Bernardo,São Caetano e Diadema participam com 88% dos recursos a serem pagos aos trabalhadores formais, aposentados e pensionistas. No outro extremo, Ribeirão Pires (42,4%), Rio Grande da Serra (41,4%) e Mauá (37%) são aquelas em que a parcela dos benefícios do INSS (Instituto Naqcional do Seguro Social) tem os maiores pesos relativos no total de 13º salários pagos naquele município, onde os valores previdenciários equivalem a mais de um terço do montante.
O Grande ABC participa com cerca de 1,6% de todo 13º salário pago no País, estimado em R$ 232,6 bilhões para 2021, de acordo com os cálculos do Dieese.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, chama a atenção para a importância dos recursos relativos ao 13º salário para a economia regional. “São valores que movimentam o comércio, quitam dívidas, são fundamentais para a região. O 13º é um direito do trabalhador desde 1962, resultante da efervescente luta dos sindicatos por esse benefício, e está presente em vários países. Desde que foi instituído se observa uma tentativa incessante para que seja extinto, o que não pode acontecer. É um direito que precisa ser respeitado e preservado”, reforça o dirigente sindical.
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