Foi no ano de 1977 que o andreense radicado em São Bernardo Walter Carvalho teve seu primeiro contato com a arte cênica, quando um amigo que fazia parte do grupo Regina Pacis, famosa formação teatral da região, criada em 1962 por Antonio Assumpção (1934-1995), o convidou para assistir a um ensaio da companhia.

Durante a aula Carvalho sentiu-se tocado e percebeu que tinha grande admiração pelo teatro. “Nunca tinha tido oportunidade de conhecê-lo e, naquele momento, me apaixonei pela arte de representar”, relembra. Depois da experiência, passou a assistir a espetáculos assiduamente, até que foi chamado por Sérgio Rossetti (1932-2008), na época diretor do grupo Fantasia – extensão do Regina Pacis –, a integrar o elenco do espetáculo Adeus Fadas e Bruxas, texto de Ronaldo Ciambroni.

Seu desempenho lhe garantiu participações em mais duas montagens: A Bomba do Chico Simão, de Oscar Von, e 12 Cenas Para Exame, produção coletiva do próprio grupo, ambas dirigidas por Rossetti. “Desde então venho me dedicando ao teatro, que hoje é tudo para mim”, diz Carvalho.

De São Bernardo, onde costuma caminhar para relaxar na Praça Giovanni Breda, no bairro Assunção, quebrou fronteiras. Sua trajetória conta com mais de 20 peças e trabalhou ao lado de grandes diretores teatrais, como Zeno Wilde, Ciambroni e Aziz Bajur. Com eles atuou nos espetáculos Blue Jeans, Uma Lição Longe Demais e O Palhaço Imaginador, respectivamente. Recentemente esteve em cartaz, no Teatro Paiol Cultural, com a peça Trilili em Cabrobó, e no dia 20 de dezembro apresentará, às 21h, no Piccolo Teatro (Rua Avanhandava, 40), em São Paulo, o monólogo O Velho Ator. Os dois dirigidos por Sebastião Apollonio. 

O artista também já fez participações nas novelas do SBT Carinha de Anjo e As Aventuras de Poliana. “É um grande prazer representar o Grande ABC no mundo artístico. A região que nasci e cresci é muito especial para mim”, conta.

Além de atuar, Carvalho, decidido a se aventurar no universo teatral, trabalhou também com produção, contrarregra, assistência de direção e, mais recentemente, escreveu as peças Ser Afins e Rosa Choque. A primeira, que já foi apresentada no Vale do Paraíba, conta a história de três adolescentes em fase de descoberta, enquanto a segunda fala a respeito de gravidezes precoces.

“Quero reunir um elenco e apresentar Ser Afins no Grande ABC e, posteriormente, em São Paulo. A outra ideia é levar Rosa Choque para as escolas, a fim de conscientizar o público jovem”, adianta o ator em entrevista ao Diário.