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Márcio Bueno lança livro sobre origens das palavras
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
04/06/2003 | 20:00
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Muitas palavras convivem conosco, em nosso vocabulário, e nem ao menos sabemos sua procedência. Mas quando conhecemos essas origens, quase sempre ficamos surpresos e melhor informados. Quem colabora, agora, na apresentação de algumas palavras a seus falantes é o jornalista Márcio Bueno, que lança o livro A Origem Curiosa das Palavras (José Olympio, 264 págs., R$ 34).

A obra não pretende ser um dicionário de etimologia, apesar de conter o resultado de uma pesquisa realizada ao longo de sete anos. Começou como um hobby – colecionar a história de palavras – e se transformou em projeto. O resultado é uma saborosa lista de verbetes bem familiar ao grande público.

Referências ao sexo, assunto popular, aparecem em várias páginas: baitola, boiola, chifre, broxa, masoquismo, bicha e palavras (às vezes chulas) que designam os órgãos sexuais masculino e feminino. O autor explica que tesão (originária do latim tensio, do verbo tendere, que significa esticar, distender) era “usada corretamente (...) com o sentido de ‘força, intensidade; manifestação de violência’”. Mas, que sumiu da linguagem culta quando passou a ser aplicada com sentido sexual.

O esporte mais praticado no país também é bastante contemplado no livro, desde a explicação da origem da palavra gol até o porquê de uma partida informal se chamar pelada. Em alguns casos, os textos estão acompanhados de fotos, como a imagem da placa, exposta no saguão do Maracanã, que deu origem à expressão “gol de placa”. Só por curiosidade, o gol foi marcado por Pelé, em 5 de março de 1961, em um jogo entre Santos e Fluminense.

Em sua pesquisa, Bueno encontrou a origem de biruta, que ainda não havia sido identificada pelos estudiosos. O aparelho usado para se conhecer a direção do vento em aeroportos não foi batizado por se assemelhar com uma pessoa inconstante. A origem está, sim, em sua forma cônica, que se assemelha às finas aparas de madeiras tiradas com lâminas de árvores no Rio Grande do Sul. O que ocorreu, portanto, foi o contrário: pessoas amalucadas passaram a ser chamadas de birutas por se “comportarem” como o aparelho.

As curiosidades e surpresas surgem a cada página. Há até “aulas” de história política, como no verbete cuba-libre, no qual se explica a união entre cubanos (rum) e norte-americanos (Coca-Cola) formada pela independência do país do Caribe em uma guerra contra a Espanha, no século XIX. Essa bebida, no Brasil, “fez muito sucesso entre os jovens da década de 1960”.

Não falta ainda espaço para explicação dos nomes dos dias da semana e dos meses, em várias línguas, e capítulos sobre a influência portuguesa e sobre as origens não aceitas por etimologistas.




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