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Processo da Trorion vira caso de polícia
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
21/03/2008 | 07:00
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O processo trabalhista aberto em 2006 contra a Trorion, fábrica de colchões de Diadema, virou caso de polícia. Ontem, um dirigente dos Sindicatos dos Químicos do ABC foi depor no 2º Distrito Policial de Diadema. Na próxima semana será a vez dos representantes da empresa prestarem conta.

 Segundo o 2º DP, em 2006 foi aberto um inquérito pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) que acabou chegando à delegacia de Diadema para averiguar se a empresa cumpriu a ordem da Justiça de acertar as irregularidades trabalhistas.

 Na averiguação consta que está sendo analisado se houve um crime de ‘frustração de direitos trabalhistas’. Contudo, para o diretor do sindicato, Wandeley Salatiel – que foi convocado a depor –, há outras irregularidades que também será investigadas, como sonegação fiscal.

 “Se o caso foi parar na delegacia, deixou de ser um processo trabalhista e virou um processo criminal. Estou no sindicato desde 1997 e nunca vi isso. Tudo sempre foi resolvido na Justiça do Trabalho”, conta Salatiel.

 Segundo o dirigente, foi o próprio sindicado que acionou o MPT quando a empresa não cumpriu a ordem do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) na época. “Só esperamos que a Justiça e polícia apurem o que de fato está acontecendo, pois os problemas na empresa continuam”, afirma.

 Em 2006, o TRT determinou que a empresa cumprisse as leis trabalhistas, como pagamento dos salários em dia, das férias e do 13º salário atrasado e ainda estivesse em dia com os depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e contribuições ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

 A multa afixada pelo atraso no salário era de R$ 1.000 por trabalhador e, em caso de reincidência, R$ 10 mil. “Passei na fábrica hoje (ontem) e o salário do dia 5 ainda não tinha sido pago. Eles continuam descumprindo o acordo”, diz Salatiel. De acordo com o sindicato, a Trorion também mantém a prática de pagar férias e 13º salário em colchão.

 A Trorion afirma que foi pega de surpresa com a convocação da polícia e que não existe descumprimento do acordo com a Justiça – o que pode ser provado por documentos anexos ao processo.

 “É um tremendo exagero o assunto ter sido levado para a polícia. Ficamos sabendo disso através da imprensa”, explica Newton Miranda Filho, gerente de Recursos Humanos da Trorion.



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