Oficialmente homologado ontem na convenção do PPS para concorrer pela terceira vez ao Paço de Santo André, o advogado Raimundo Salles (PPS) admitiu que pode se aposentar das corridas eleitorais caso perca desta vez. O popular-socialista negou com veemência que vá se unir a algum grupo se não for ao segundo turno da corrida eleitoral andreense, como fez em 2012, quando apoiou o hoje prefeito Carlos Grana (PT).

“Em hipótese alguma serei secretário de outro prefeito se eu não for para o segundo turno. Minha carreira pública estará encerrada nesse momento (depois da eleição se houver revés). O que demonstra que vou disputar as eleições, combater um bom combate e aí ver o que vamos fazer”, externou.

Salles ingressou na disputa eleitoral pela quinta vezes nos últimos dez anos: em 2006 tentou ser deputado federal pelo DEM, seguindo para o pleito de 2008 quando, pelo mesmo partido, concorreu à Prefeitura. Em 2010 tentou cadeira na Assembleia Legislativa. Em 2012, pelo PDT, o postulante voltou à corrida pelo Executivo andreense e agora, pelo PPS, está novamente no páreo.

Diferentemente dos anos anteriores, agora Salles vem com chapa pura, com segunda cadeira reservada para o médico Wilson Ponce (PPS), e 32 candidatos pleiteando vaga na Câmara andreense. Atualmente, a sigla possui apenas um vereador no Legislativo da cidade, Carlos Ferreira (PPS).

De acordo com Salles, a ideia de sair com chapa pura se deu porque as coligações estão “falidas”. “Não dá mais para você ter pessoas que não pensam igual a você (na chapa). Estamos fazendo algo de consistência. Eu poderia ter feito algo com outras pessoas, recebi convites, mas optei por uma campanha tranquila. Não vou fazer frente contra ninguém”, disse.

Em 2012, última vez que concorreu ao Paço, então pelo PDT com vice do PSDB, Salles formou frente com oito legendas e obteve 48,7 mil votos, ficando em terceiro lugar no pleito. Em 2008, coligou com 11 siglas e também acabou em terceiro no páreo.

Apesar de ser a terceira vez que concorre ao Executivo, o popular-socialista se mostrou otimista. “Tenho absoluta convicção de que ganharei esta eleição por conta da minha coerência. Nas outras vezes que fui candidato fui bem votado, então não me sinto inferiorizado. Fui decisivo nos processos eleitorais, só me acrescenta”.

De acordo com Salles, o cenário nacional irá interferir diretamente no pleito. “Acho que terei uma boa votação como sempre. A vitória é um processo mais complexo do que isso. Tem poder econômico, tem máquina pública. Mas acho que será uma eleição diferente: temos a Olimpíada, o impeachment da Dilma (Rousseff), a conclusão da Lava Jato”.