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Menina de 13 anos é baleada e morta em tiroteio no Rio
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05/03/2007 | 22:49
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Aos 13 anos, a estudante Alana Ezequiel morreu atingida por uma bala perdida durante um confronto entre policiais e traficantes, na manhã desta segunda-feira, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na zona norte do Rio. Ela, cujo aniversário seria em sete dias, foi baleada no tórax. Havia acabado de deixar a irmã de dois anos na creche e voltava para casa, por volta das 7h30.

Outros dois menores apontados pela polícia como traficantes também foram mortos. Nathan Silva dos Santos, 16 anos, atingido no baço e no tórax morreu em confronto com a polícia. Renan de Jesus Ramos, 17 anos, baleado no ombro esquerdo e no braço direito, morreu pouco depois de dar entrada no hospital. Além deles, Marcos Paulo Meireles da Silva, 19 anos, foi ferido com um tiro na cabeça e seu estado é grave.

Socorrida por moradores, Alana chegou a ser reanimada por massagens cardíacas no setor de emergência do Hospital do Andaraí, onde chegou às 8h15. Encaminhada para o centro cirúrgico, morreu 40 minutos depois.

Ao receber a notícia no pátio do hospital, a mãe da menina, a empregada doméstica Edna Ezequiel, entrou em estado de choque. Amparada por parentes, tentou ver o corpo da filha, mas foi barrada por seguranças. Após muita insistência, ela entrou no local, mas não recebeu auxilio de nenhuma assistente social. “Mataram minha filha. Ela era estudante”, repetia Edna.

As aulas na Escola Municipal Assis Chateaubriand onde ela estudava foram suspensas, assim como em todos os colégios próximos ao Morro dos Macacos.

“Edna é muito simples, mas educava os cinco filhos com mão-de-ferro. Todos estudam. A rotina da Alana era deixar a irmã na creche, fazer o dever de casa e ir para a escola à tarde. Neste Carnaval Alana desfilou pela Herdeiros da Vila, a escola de samba mirim da Vila Isabel”, contou o auxiliar de estoque Cosme Moreira de Jesus, 40 anos, que é vizinho da família.

Com o apoio do carro blindado conhecido como Caveirão, os policiais chegaram ao morro por volta das 6h e foram recebidos a tiros.

Após intenso tiroteio, foram apreendidos uma pistola PT-380, um revólver calibre 38, uma granada, cinco quilos de cocaína, três quilos de maconha, cinco litros de lança-perfume e uma balança digital.

Uma hora depois, ao final da operação, o veículo blindado da PM fez nova busca por drogas e armas abandonadas por traficantes durante o confronto nas ruas de acesso ao morro e foi novamente atacada por tiros.

“Os policiais reagiram. Ficamos entre eles e os marginais. Consegui me esconder dos tiros atrás de um carro. Quando olhei para a rua, vi a menina caída com a mão erguida. Fui até ela, que disse: ´Moço, me ajuda´", contou o eletricista Jorge Souto, que socorreu Alana. Ele disse que foi um dos trabalhadores do morro que se atrasou para o trabalho pelo tiroteio.

Apesar de se tratar de um horário típico de saída para trabalho e escola, o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, Roberto Alves de Lima, disse que a ação foi planejada.




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