Esportes Titulo Jogos Olímpicos
Mulheres ganham espaço no esporte
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
08/03/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza 17/9/14


Assim como em vários setores da sociedade, as mulheres tiveram de superar o preconceito para assumir papel de protagonistas no esporte. Se nos primeiros Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, não existiam competições femininas e o simples fato de assistir às disputas era motivo para serem condenadas à morte, na atualidade elas não só participam como, no caso do Brasil, já significam praticamente a metade da delegação, ou seja, mais um motivo para comemorar a data de hoje, o Dia Internacional da Mulher.

A primeira brasileira a disputar uma Olimpíada foi a nadadora Maria Lenk, em Los Angeles, 1932. Aos 17 anos, ela era a única mulher da delegação, que contava com 66 homens. Demorou décadas para que a proporção entre os gêneros diminuísse. Para se ter uma ideia, em Montreal-1976, o Brasil ainda contava com 86 homens e sete mulheres na delegação.

A situação melhorou no início dos anos 1990. Em Barcelona-1992, eram 146 brasileiros e 51 brasileiras. Quatro anos mais tarde, em Atlanta, o equilíbrio foi maior: 159 homens e 66 mulheres em edição histórica para o País. Foi nos Estados Unidos que o Brasil quebrou o tabu e viu pela primeira vez uma tupiniquim ganhar medalha. Uma não, três, já que Jaqueline e Sandra foram ouro no vôlei de praia, o basquete levou a prata e o vôlei de quadra, o bronze.

Uma das personagens desta história é a levantadora Fofão, que fez carreira em São Caetano e parou em 2015 com dois bronzes e um ouro olímpico. Ela lembra das dificuldades no início para conseguir aparecer no vôlei. “Quando tinha 14 anos e treinava no Centro Olímpico, em São Paulo, tive de jogar com os homens, porque não havia mulheres suficientes para formar um time. Torcia para os meninos me escolherem”, conta.

Com as medalhas conquistadas em 1996, Fofão percebeu que aumentou a participação das mulheres no esporte. “Cresceu sim. Hoje, pelo menos no vôlei, estamos em condições de igualdade com os homens, temos a mesma estrutura à disposição para nos preparar”, ressalta a ex-atleta, que lembra que nem em todas as modalidades isso acontece. “Temos contato com as meninas do futebol e não dá nem para comparar homens e mulheres. Parece outra modalidade, elas sofrem muito para conseguir algum espaço.”

De fato, em alguns esportes a divisão de gênero é gritante. No boxe, por exemplo, enquanto existem homens em todas as dez categorias separadas por peso, são apenas três mulheres que compõem a Seleção.

Mesmo assim, nas últimas edições dos Jogos o equilíbrio prevaleceu. Em 2008, em Pequim, o Brasil levou sua maior delegação feminina da história, com 133 atletas, contra 145 homens. Em Londres-2012, foram 136 brasileiros e 123 brasileiras. No Rio, dos 87 nomes já confirmados, 52 são mulheres, ou seja, podem ser maioria pela primeira vez.

Além da quantidade, as mulheres significam qualidade. São várias as brasileiras que partem como favoritas a medalha, entre elas a saltadora Fabiana Murer, da BM&F Bovespa/São Caetano, e as duplas do vôlei de praia formadas por Larissa-Talita e Ágatha- Bárbara Seixas.




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