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Gavião e mergulhão-caçador aparecem em Santo André
Por Adriana Ferraz
Especial para o Diário
24/03/2006 | 08:02
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O Semasa (Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André) resgatou, na última terça-feira, duas aves silvestres que encontravam-se em perigo na região: um gavião e um mergulhão-caçador. Segundo a bióloga responsável, Eriane Justo Luiz, em ambos os casos os técnicos da gerência de educação e mobilização ambiental do serviço foram chamados pela população. De acordo com o Semasa, outras cinco chamadas, envolvendo esse tipo de animal, foram registradas apenas neste ano.

O mergulhão-caçador foi achado por moradores do bairro Bom Pastor, em Santo André, em perfeitas condições. Típico de áreas molhadas (lagos ou represas), a ave deve ter sido arrastada de seu habitat natural em função das fortes chuvas que assolaram a região no início desta semana. “Como o pássaro estava sadio, fizemos o resgate e o levamos diretamente à represa do Parque do Pedroso, onde foi solto”, conta.

Para Claudinei Mello, especialista em aves, o polilymbus podiceps ou mergulhão, como é chamado popularmente, é um pássaro pequeno (mede aproximadamente 30 centímetros), rápido e acostumado a nadar. “A explicação mais convincente para o surgimento dessa espécie em perímetro urbano é mesmo o temporal que caiu por aqui”, afirma.

Já o gavião não teve a mesma sorte. O animal, encontrado nas proximidades da avenida dos Estados, no núcleo habitacional Sorocaba, caiu e quebrou a asa. Resgatado, foi levado aos cuidados de Claudinei, da Clínica São Francisco, em São Bernardo, onde recebe tratamento. Segundo o especialista, a asa teve de ser imobilizada com uma tala.

Para voltar a voar, o gavião vai ter de esperar cerca de dois meses. Segundo Mello, o pássaro estava muito fraco e por isso deve ter se acidentado. “Ele ainda é jovem, de acordo com sua plumagem parda deve ter, no máximo, um ano e meio, e, por isso, tem dificuldades para caçar. À procura de comida, afastou-se de seu ambiente natural”, aposta.

Perigo – Tratar animais selvagens representa um perigo real, segundo o biólogo Claudinei Mello. O gavião, por exemplo, é uma ave arisca, com garras muito afiadas. “Para aceitar o processo de reanimação, que inclui aquecimento e vitaminas, é preciso uma aproximação grande, que envolve riscos. Todas as pessoas que ajudam no tratamento devem agir com bastante cautela no contato com o animal, se não ele arranca pedaço mesmo, sem dó”, diz.

Acostumado a este tipo de trabalho, Claudinei tornou-se um “colaborador” do Semasa em situações como esta. “Sou chamado sempre há um regaste envolvendo aves selvagens na região. Os animais vêm direto pra cá, onde são tratados de forma adequada”, garante o voluntário.




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