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Muito além do chucrute
Por Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
13/05/2006 | 08:52
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O futebol pode ser um ótimo pretexto para quem quer saber um pouco mais sobre a cultura da Alemanha, país que sediará a 18ª edição da Copa do Mundo, entre 9 de junho e 9 de julho, e será o alvo dos holofotes da imprensa mundial. Berço de figuras eminentes da ciência e das artes, como o físico e matemático Albert Einstein (1879-1955), o escritor Thomas Mann (1875-1955) e o compositor Johann Sebastian Bach (1685-1750), a nação tem ainda uma culinária das mais interessantes, baseada em pratos com alto percentual calórico e que têm como um de seus principais ingredientes a carne de porco. Vale lembrar que há nada menos que 1,5 mil tipos de salsichas germânicas, entre elas a de Frankfurt (amaciadas), Nuremberg (assada) e a da Bavária (branca).

Além das refeições com carne suína, a sede do mundial é conhecida pelo tradicional chucrute, preparado com repolho fermentado, comumente servido para o acompanhamento do joelho de porco (Eisbein) e das salsichas. E, para beber, não pode faltar um bom chopp na mesa.

Apesar de ser sempre associado à comida alemã, o chucrute não tem uma procedência exata e divide opiniões entre estudiosos. De acordo com pesquisadores, os romanos já elaboravam receitas à base de repolho cru e o vegetal era servido fatiado e fermentado em vinagre de arroz aos operários que trabalharam na construção da Muralha da China.

A técnica alimentar chinesa teria chegado aos povos eslavos na Europa Ocidental por intermédio das invasões dos mongóis, vindos da Ásia Central. Teve uma excelente aceitação por ser um alimento saudável e recomendável para organismos que enfrentam invernos rigorosos.

Frutas e salgados – Uma característica interessante da terra do ex-jogador Franz Beckenbauer, também diretor do comitê organizador da Copa, é a mistura de frutas às comidas salgadas, como a sopa de cereja e a sopa de enguias (com cenouras, ervilhas, aspargos, ameixas e damascos secos), uma especialidade de Hamburgo. Na região da Floresta Negra, há o lombo de veado servido com maçãs e frutas vermelhas. O prato Himmel und Erde (Céu e Terra) é feito de purê de batatas e maçãs e servido com lingüiças grelhadas.

Pães – Outros ingredientes da cozinha alemã são os pães de todas as cores e formatos, como os integrais, de centeio e trigo, ou ainda temperados com gergelim e cominho. Os alemães apreciam muito ostras e mexilhões, assim como galinha e ganso. No norte do país, onde a população recebeu influência dos holandeses, escandinavos e poloneses, há grande variedade de sopas grossas, peixes e carnes defumadas. No Sul, há predominância das carnes de caça.

Qualidade - Uma das principais referências no Grande ABC, quando se trata de comida típica alemã, é o restaurante e choperia Franz (r.Piauí, 926. Tel.: 4224-4353), em São Caetano, que mantém uma clientela fiel há 40 anos. A reportagem do Diário experimentou uma das iguarias da casa, o Eisbein Mit Sauerkraut à Franz (R$ 35), que serve generosamente duas pessoas e é composto por joelho de porco à pururuca, batatas cozidas, chucrute e salsichão.

O joelho é crocante e fica ainda mais apetitoso com doses fartas de mostarda. O chucrute é temperado com folhas de zimpro, planta cujos frutos são utilizados na preparação do gim. Para sobremesa, uma boa pedida é a Apfelstrudel (torta de maçã).

O bom atendimento é um dos trunfos do Franz, que funciona de terça a sábado, das 11h às 15h, e das 19 às 22h. Aos domingos, fica aberto das 11h às 16h. Abre, excepcionalmente, às segundas-feiras, em feriados. Aceita cheques e cartões de crédito (Master, Credicard e Visa) e débito (Redeshop e BR Eletrônico).




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