Setecidades Titulo Segurança pública
Comandante da PM descarta onda de assaltos
Por Daniel Macário
04/03/2015 | 07:00
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O comandante da PM (Polícia Militar) no Grande ABC, coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, descarta a existência de ‘onda de assaltos’ pela manhã em Santo André, conforme reportagem publicada na segunda-feira pelo Diário. Em nota encaminhada um dia após a divulgação, coronel Cortez afirma que, nos últimos três meses, a Avenida Queiroz Filho – citada como um dos pontos de maior incidência de assaltos – registrou apenas duas ocorrências em seus 3,7 quilômetros de extensão, que cortam ao menos cinco bairros, no horário mencionado, entre 4h e 7h.

“Embora os últimos três meses tenham registrado relativo aumento no delito de roubo em geral, parece-nos um julgamento bastante severo chancelar que ‘Santo André vive uma onda de assaltos ao amanhecer’. Para tratarmos de questões relacionadas à Segurança Pública, temos sempre de recorrer aos indicadores estatísticos para estabelecer análises confiáveis.” A reportagem tentou levantar o número de boletins de ocorrência registrados no 3º DP (Vila Pires), responsável pela região, mas foi informada de que os dados não poderiam ser divulgados por conta da estratégia da equipe de investigação.

Segundo o comandante da PM, não há, de modo algum, objetivo por parte da corporação de relativizar estatísticas criminais. “Isso não nos permite, contudo, alarmar moradores da região citada com base na percepção pessoal de alguns dos entrevistados.”

Informações da corporação apontam que entre dezembro e janeiro, policiais militares das duas companhias que atuam na extensão da Avenida Queiroz Filho foram responsáveis pela apreensão de dez armas de fogo e pela detenção de 98 pessoas.

REPERCUSSÃO

Apesar das ressalvas do coronel Cortez, a reportagem teve grande repercussão entre moradores de Santo André e demais municípios do Grande ABC. Até as 16h de ontem, a publicação do texto no Facebook do Diário tinha tido mais de 1.300 curtidas e 880 compartilhamentos. Ao todo, mais de 122 mil pessoas visualizaram a matéria no site.

Entre os comentários, era possível encontrar diversos relatos de moradores que já sofreram com assaltos durante o amanhecer do dia. “Só na rua onde moro fui roubada duas vezes no ano passado, e olha que do ponto até a minha casa são somente dois quarteirões. Entro em pânico sempre que vejo uma moto se aproximando, não temos mais paz”, comentou a leitora Nathália Gondim.

Outra que retratou sua experiência na página da rede social foi Marcia Apolinário Feltrim. “Hoje (segunda-feira) faz uma semana que estávamos no ponto de ônibus do I-05 eu, meu filho de 13 anos e uma moça, às 6h, quando dois indivíduos armados iniciaram o assalto. Graças a Deus só levaram uma bolsa.”

Em nota, o comando declarou estar ciente da necessidade de baixar a incidência criminal em determinados subsetores mapeados e garante estar gerenciando as ferramentas de inteligência policial para o planejamento adequado desta demanda.

Moradores se unem para reivindicar mais policiamento

Empenhados em encontrar solução para acabar com os recentes casos de vizinhos sendo assaltados pela manhã, moradores de Santo André estão se mobilizando para fazer abaixo-assinados, em diversos bairros, reivindicando mais policiamento em pontos estratégicos. Logo após a publicação da reportagem sobre esse tipo de crime, o Diário recebeu e-mail de moradores que relataram a iniciativa.

A agente de viagens Sueli Aparecida Souza Alonso, 51 anos, é uma das que estão se dedicando à iniciativa. “Nós, moradores da Vila Progresso, estamos fazendo um abaixo-assinado com centenas de assinaturas pedindo segurança. Não é só roubo nos pontos de ônibus. De novembro até agora estamos sofrendo assaltos em residências, roubos a pé e de veículos também. Aqui na minha rua, Guapira, praticamente todos os dias acontecem assaltos. Tem muitos boletins de ocorrência, mas viaturas nem passam aqui para fazer uma ronda sensata. Já não sabemos o que fazer.”

De acordo com a moradora, até o fim desta semana ela e habitantes de outros bairros farão a entrega das assinaturas para os responsáveis. “Só queremos uma solução para o problema.” 




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