A Federaçao Nacional de Distribuidores Skol e Caracu também nao está contente, mas com a decisao da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae), que sugeriu ao Cade que aprove a fusao das duas empresas, mas que a condicione à venda da marca Skol, que pertence à Brahma. A Ambev também deveria se desfazer de uma de suas duas fábricas (Brahma ou Antarctica) de Manaus e Cuiabá, de acordo com o relatório da Seae.
Neste domingo, a Federaçao publicou em todos os jornais do país nota repudiando a opiniao da secretaria. " A irresponsabilidade da Seae para com centenas de pequenos e médios empreendedores brasileiros chegou ao ponto de sugerir publicamente a venda de nossa marca para a Kaiser", diz a nota que representa os 160 revendedores da Skol e seus 16 mil funcionários.
A própria direçao da empresa já havia se manifestado contrária à decisao da secretaria que, segundo nota oficial, deve ser revista pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça e pelo Cade, próximas instâncias a analisar o processo de fusao.
Pelos cálculos da empresa, a sinergia que deverá acontecer entre as operaçoes da Brahma e da Antarctica deve proporcionar uma reduçao de custos de 14%, o que poderia, inclusive, permitir uma diminuiçao nos preços de seus produtos.
No entanto, o deputado Luciano Pizzatto (PFL-PR), relator do documento com recomendaçoes ao Cade que será votado na Comissao de Defesa do Consumidor na quarta-feira, acredita que a tal sinergia vai reduzir os postos de trabalho e estimular o aumento de preços no mercado.
O deputado vai mais longe e explica que a fusao das duas empresas, ao contrário do que a própria Ambev vem dizendo, é totalmente voltada para o mercado interno." A cerveja nao é um produto para mercado internacional", disse. Isso porque as exportaçoes do produto equivalem a uma média de 2% do mercado de cervejas em todos os países do mundo.
Segundo ele, o país em que as importaçoes de cerveja têm maior importância no mercado interno é a Itália, onde a participaçao dos produtos importados chega a 7%. O relatório também sugere que se minimize ao máximo as demissoes com medidas que criem empregos substitutivos ou com a estabilidade temporária, seguindo os termos de acordos que estao sendo negociados entre o Ministério do Trabalho e os sindicatos.
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