O prefeito eleito de Santo André, deputado estadual Carlos Grana (PT), colocará potenciais candidatos às próximas eleições debaixo das asas do futuro governo. Durante o anúncio oficial do secretariado, ontem, o petista admitiu "vontade" em permanecer com a mesma escalação nos quatro anos de mandato (2013-2016), seguindo os passos do correligionário e futuro chefe do Executivo de São Paulo, Fernando Haddad.

Por outro lado, Grana rechaçou que houve acordo firmado com os agentes políticos numa espécie de contrapartida para integrar o primeiro escalão. Segundo ele, o convite não teve condicionamento imposto de sua parte para pleitear ou não vaga eletiva em 2014. "Essa questão não foi colocada. É evidente que o convite é para que cada secretário fique quatro anos. Existe desejo sim, mas não pré-condição."

Diante da "parceria", o prefeito eleito conseguiria, teoricamente, segurar os políticos que compõem o novo secretariado, que concordaram com a proposta sob justificativa de atuar em prol de plano de governo, evitando também a criação de adversários eleitorais - aqueles possíveis valorizados na gestão e comandantes de Pastas destacadas.

Dentro dessa conjuntura, o petista anunciou os vereadores Tiago Nogueira (PT), Antônio Leite (PT), Paulinho Serra (PSD), o ex-prefeito João Avamileno (PT), o sindicalista Cícero Martinha (PDT) e o ex-postulante ao Paço Raimundo Salles (PDT). O sexteto político entrará na Prefeitura a partir de 2013. Esse grupo de nomes teria condições eleitorais de postular vaga legislativa daqui a dois anos. Mas ocuparão espaço na administração e não devem estar nas urnas.

Mesmo, a princípio, despistando ao falar que a "eleição está distante", Paulinho Serra afirmou que há compromisso em contribuir na aplicação do programa de governo e considerou que a questão de candidatura não é prioridade. "Ele (Grana) está certo ao tratar como prioridade a gestão pública. Concordo com essa postura de cumprir o mandato bem avaliado e vejo que essa atitude parece ser a mais correta." O pessedista é cotado para ser candidato a deputado federal em 2014.

Tiago Nogueira reconheceu que "seria legal" a manutenção do time por "todo o tempo" do mandato. "Se alguém sair para ser candidato, só ficará no governo um ano e três meses", disse, referindo-se à legislação eleitoral que determina prazo de desincompatibilização de cargo público para concorrer a posto eletivo. "Nesse período não daria para executar sequer o Orçamento da secretaria. Foi falado que é mais conveniente para se fazer gestão de mais de quatro anos, um novo ciclo, mas não há imposição."

GASTOS

Embora a nova estrutura administrativa - necessita de votação na Câmara - amplie o número de Pastas, Grana garantiu que não haverá aumento de gastos. "Faremos redistribuição da atual estrutura de cargos e custos, para readequar e dar mais agilidade." No Gabinete, por exemplo, são 113 postos. A ideia é enxugar ao remanejar o quadro.