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S.Francisco: movimentos sociais pedem diálogo sobre transposição
Por Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
18/12/2007 | 14:26
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Cerca de dez caravanas de vários estados chegaram nesta terça-feira a Brasília para um protesto contra a transposição do Rio São Francisco. São integrantes de 30 movimentos sociais que apóiam a greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio, que chega ao 22º dia. O religioso pede a suspensão das obras no rio.

O padre Antônio Pereira, pároco da Catedral da Barra (BA), cidade da arquidiocese de dom Cappio, disse que a manifestação visa a sensibilizar o governo sobre a necessidade de um diálogo com a sociedade.

“Dom Cappio fez o seu primeiro jejum em 2005 e foi feito um acordo de abrir um amplo diálogo com a sociedade civil. Isso foi negado. Diante disso, ele retomou o jejum em oração e está disposto a doar sua vida pela causa do Rio São Francisco e a vida do povo ribeirinho, que depende dele para a sobrevivência”, assinalou.

A integrante da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Marina dos Santos, também pediu a abertura de um diálogo entre governo e movimentos sociais.

“São questões defendidas pelos movimentos sociais e organizações de trabalhadores e estão encampados nesse jejum feito simbolicamente por dom Cappio, no sentido de que também a população possa discutir e o governo possa abrir um espaço de diálogo com a sociedade. Esse processo nos foi negado desde o princípio da transposição do Rio São Francisco”.

O padre Antônio Pereira afirmou também que rio está morrendo e que, por isso, as obras devem ser suspensas. “Para nós, a transposição é um sinal de morte, porque o rio está anêmico. Dom Luiz Cappio costuma dizer que um anêmico não pode doar sangue. Nós que moramos na beira do São Francisco percebemos que o rio está morrendo aos poucos.”

Os movimentos sociais defendem a revitalização do Rio São Francisco com a construção de poços artesianos, cisternas e captação de água da chuva.

O protesto dura até esta quarta-feira, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar o pedido de agravo do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que requer a suspensão das obras de transposição do Rio São Francisco.



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