Política Titulo Senado
Sarney será alvo de representações
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29/06/2009 | 07:05
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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), será alvo de duas representações por quebra de decoro parlamentar nesta semana. Elas pedirão ao Conselho de Ética que investigue as responsabilidades do peemedebista na edição de atos secretos e de participação do neto José Adriano Cordeiro Sarney na intermediação de empréstimos com desconto na folha de pagamento dos servidores do Senado.

A primeira representação será entregue hoje pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). A segunda, do PSOL, será formalizada até quinta-feira. Virgílio anunciou para hoje "duro discurso" por meio do qual pedirá a moralização da Casa e atacará novamente o ex-diretor-geral Agaciel Maia, acusado de ser o mentor dos atos secretos.

O líder tucano no Senado explicou que a iniciativa é particular. O PSDB ainda não tem posição oficial sobre o futuro de Sarney. Da Suécia, onde está em viagem oficial, o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse que ainda vai reunir seus colegas para decidir o que fazer em relação ao presidente do Senado.

Embora politicamente as duas representações contra Sarney tenham peso, o futuro delas é incerto. O Senado não tem um Conselho de Ética formalizado. O mandato dos antigos conselheiros terminou em maio e os novos ainda não puderam tomar posse porque PMDB e PSDB não indicaram titulares e suplentes. Além disso, a representação tem de ser acatada primeiramente pela Mesa Diretora, dirigida justamente Sarney.

FUTURO - Nessa confusão regimental e política, os partidos se movimentam antes de tomar uma posição sobre o assunto. O PT inicia hoje uma série de conversas para decidir como se comportará. A tendência é que fique ao lado de Sarney. Um pedido de afastamento do senador teria implicações gigantescas no futuro da aliança que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende formar em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência em 2010.

Para o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), Sarney terá de explicar a situação do neto José Adriano e provar que suas atividades não eram iguais às de João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos, investigado pela Polícia Federal por supostamente ter montado empresas fantasmas para a intermediação do empréstimo consignado.

"Não dá para ter dois pesos e duas medidas. É preciso provar que o neto não tinha atividades ilegais", disse Agripino. O mais provável é que o DEM peça o afastamento de Sarney da sindicância administrativa a ser aberta contra Agaciel.




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