Economia Titulo Sem crise
Economia chinesa prevê expansão
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
29/12/2008 | 07:31
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Posicionada como uma das grandes potências mundiais para os próximos anos, a China celebra neste mês o 30º aniversário do início das reformas econômicas. Tais mudanças trouxeram ao país taxas de crescimento galopantes e mais peso no cenário internacional, além de transformar a sociedade chinesa sem comprometer o poder do Partido Comunista.

Nem mesmo a crise financeira internacional desanima as expectativas mundiais em torno do crescimento da China. A turbulência econômica que apavorou o mundo inteiro é vista como uma grande oportunidade para o mercado chinês que passará a contar com novos mercados consumidores.

Um deles seria o mercado brasileiro. Uma vez que os Estados Unidos e a Europa já não se colocam como grandes mercados consumidores, torna-se vital a expansão dos produtos chineses para novos mercados consumidores.

Essa já é uma preocupação de diversos representantes da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O diretor Ricardo Martins já pensa em uma possível invasão de produtos siderúrgicos chineses no Brasil. "Não temos medidas de proteção comercial que nos permitam competir com os produtos chineses cada vez mais baratos", afirmou no início de dezembro.

Especialistas, no entanto, apontam um olhar inverso. Neste momento de turbulência, o número de fornecedores fica restrito e as questões relativas ao câmbio passam a pesar cada vez mais. Como grandes fabricantes de produtos industrializados, os chineses são fortes compradores de commodities. Esse potencial abre novas oportunidades ao Brasil, um dos maiores exportadores desse tipo de produto no mundo.

Há quem tema a dominação chinesa na economia mundial devido ao histórico de truculência política.

Segundo o economista Roberto Gonzalez, a soberania da China é uma verdadeira ameaça à "paz econômica e política" no planeta. "Trata-se de uma certa intransigência política. Eles não articulam com outros interesses, simplesmente decretam um plano econômico e acabou".

Pós-reformas - Desde 1978, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita chinês foi duplicado a cada nove anos, e desde 1990 o crescimento anual registrou cifras acima de 10% dez vezes, transformando a China na quarta maior economia do planeta.

O ‘milagre chinês' também trouxe consigo uma autêntica revolução dos valores sociais e estilos de vida. Os cidadãos se entregaram ao consumo, conheceram aparelhos eletrodomésticos, passaram a poder se divorciar com mais facilidade e viajar a outros países.

A classe média prosperou nas cidades, e começaram a aparecer os primeiros milionários. Mas o abismo entre a cidade e o campo se ampliou, a corrupção se tornou endêmica e o meio ambiente foi sacrificado.

Especialistas calculam que uma nova mudança radical está próxima para o 1,3 bilhão de chineses: outra reforma, desta vez social, destinada à ampliação da rede de saúde pública e do sistema de aposentadoria. Graças à desaceleração da economia mundial, todos os esforços orientados para o Exterior serão agora dirigidos para o interior do país. (com agências)




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