Cultura & Lazer Titulo Centenário
Há exatos cem anos nascia Cartola
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11/10/2008 | 07:06
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Cem anos depois, bate outra vez com esperanças o coração. Em 11 de outubro de 1908, nascia no Catete, no Rio, Angenor de Oliveira, que virou Cartola, autor de canções antológicas como As Rosas Não Falam e O Mundo É um Moinho. Ele se confundiu com a história do samba.

"Cartola surgiu para a música no momento em que o samba, por razões comerciais, se dividia em ‘do rádio' e ‘do morro', trazendo informações novas e um estilo de dizer coisas que não eram comuns em seu meio", diz o pesquisador Nei Lopes.

Francisco Alves gravou Divina Dama em 1933. Depois vieram mais e mais intérpretes: Carmen Miranda, Silvio Caldas, Araci de Almeida, Ataulfo Alves.

FLORES E ESPINHOS
A dor e a esperança. Do espaço entre ambas brotam as composições de Cartola. O homem que usava grandes óculos escuros para esconder o nariz deformado foi operário de construção civil (o apelido se deve ao chapéu-coco que usava "pra não apanhar cimento no cabelo") e de um lava-rápido. Cartola, leitor do poeta Castro Alves, preferiu cantar a vida com letras elaboradas e melodias idem. E é esse rico material que serve, agora, para gerar regravações e shows no Rio e em São Paulo, além da reedição de uma biografia.

Hoje, em Santo André, o tradicional grupo Candeeiro faz show no Bar e Restaurante Tupinikim (tel.: 4436-9231, entrada a R$ 10, sendo R$ 5 consumíveis).

Cartola gravou seu primeiro disco-solo em 1974. Depois de escutá-lo interpretando a si mesmo, é preciso coragem para regravá-lo. Um dos maiores cancionistas do País, ele foi parceiro de nomes ilustres, como Elton Medeiros, Carlos Cachaça, Herminio Bello de Carvalho e de outros menos lembrados, como Nuno Veloso e Dalmo Castelo.

Herminio afirma que o samba Acontece, por sua rica harmonia, poderia ser assinado por Tom Jobim. "O estilo de seus sambas mais lentos, que ele mostrava antes da década de 1950, é atualíssimo, principalmente quando se celebram os 50 anos da bossa nova", diz Nei Lopes.

 




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