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GCM de S.Caetano desarma 51 agentes

A medida foi tomada após a tropa passar por exame psicológico em uma clínica de S.Bernardo

Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
17/07/2008 | 07:03
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A GCM (Guarda Civil Municipal) de São Caetano proibiu 51 de seus 350 agentes de trabalharem armados. A medida foi tomada após a tropa passar por exame psicológico aplicado em uma clínica de São Bernardo credenciada pela Polícia Federal. Agora, a cada sete guardas que atuam na cidade, um trabalha desarmado.

Após o teste, a GCM considerou os guardas inaptos para portarem armas, mas não para defender o patrimônio público. Mesmo sem revólveres nos coldres, os agentes continuam responsáveis pela segurança de prédios públicos como secretarias de Governo, hospitais, parques e teatros. Ontem à tarde, 17 agentes estavam nessa situação.

Um agravante é que, em alguns casos, os guardas ficam em seus postos sem rádio para a comunicação com a sede da GCM. Assim, se a presença do agente for solicitada, as opções são atender a ocorrência desarmado ou tentar telefonar para a base e pedir apoio. "Em qualquer uma dessas situações, nós viramos um alvo", reclama um agente.

Sem se identificar alegando medo de represálias do comando, guardas afirmam que não haveria qualquer problema com os desarmados. A reprovação no exame seria uma perseguição de comandantes contra agentes ‘contestadores'.

Os guardas reprovados, dizem que não receberam os laudos que os incapacita a trabalhar com revólveres, e gostariam de fazer o exame em clínicas particulares.

"O exame psicológico consiste em um questionário e uma prova psicotécnica, igual àquela que fazemos quando tiramos a carteira de habilitação", conta um dos afastados.

Os agentes punidos também acusam a Prefeitura de não lhes oferecer tratamento para os supostos problemas psicológicos. Eles dizem que o exame em que foram reprovados seria anual, mas que não têm informações sobre quanto tempo duraria a proibição de trabalhar armados.

Prefeitura alega que exame não impede patrulhamento na rua

Para justificar a permanência de guardas desarmados no patrulhamento, a Prefeitura de São Caetano enviou um texto informando que "os laudos psicológicos da Polícia Federal restringem-se única e exclusivamente ao porte de armas, e não à capacidade laboral do agente avaliado".

Segundo o texto, "dos 51 guardas reprovados pela Polícia Federal, 29 já atuavam desarmados, em vigilância de (prédios) próprios ou serviços administrativos". Assim, o número de agentes de rua fora do trabalho seria de 22.

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RÁDIO
"A Guarda Civil Municipal informa que todos seus membros que efetuam vigilância em próprios públicos portam rádios", finaliza o texto da Prefeitura. Ontem às 15h30, no Teatro Paulo Machado de Carvalho, o único guarda que vigiava o prédio não tinha rádio-comunicador.




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