O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), vem reforçando o convite para o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PT) ingressar à administração municipal. Além das conversas diretas, Donisete prepara o terreno para contar com o correligionário. Tanto que o primeiro projeto de reforma administrativa terá a criação do cargo de assessor especial para a ainda inexistente Secretaria de Relações Institucionais, que será futuramente encabeçada pelo atual chefe de Gabinete, Rômulo Fernandes (PT).

O discurso de Donisete é de deixar as portas abertas para Márcio no Paço por tempo indeterminado. O ex-vice-prefeito desempenharia a função de embaixador de Mauá em Brasília na vaga de assessor da nova Pasta, cujo objetivo seria aprimorar a interlocução do município com a União, com o governo do Estado e até com o Legislativo municipal.

"Os espaços (no Executivo) serão criados mediante necessidades do governo. O Márcio ainda está analisando (a sugestão) e, na hora que ele achar que pode vir no governo, virá. Apenas fiz o convite e ele pediu tempo para pensar na proposta", disse o prefeito.

A espera de Donisete pelo correligionário remete a episódio semelhante em 2011, também protagonizado por Márcio. Na ocasião, ele chegou a ser anunciado pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT) para o assumir o comando da Arsae (Agência Reguladora de Serviços de Água e Esgoto). Contudo, após dois meses de novela, o ex-vice-prefeito refutou a proposta do Paço, alegando razões profissionais.

Caso opte por se tornar assessor especial, Márcio voltará a exercer papel de destaque no cenário político de Mauá, nove anos depois da fatídica campanha eleitoral para o Paço em 2004. Naquele pleito, o petista derrotou o concorrente Leonel Damo (na época filiado ao PV) nas urnas no primeiro turno, porém teve registro de candidatura cassado três dias antes do segundo turno devido envolvimento na exposição Túnel do Tempo.

A função a ser desempenhada por Márcio terá ainda mais importância pela dependência de Mauá aos investimentos da União. Donisete busca junto à Secretaria de Tesouro Nacional renegociação de parte do passivo de R$ 1,4 bilhão do Paço e garantir recursos do PAC (Programa de Aceleração e Crescimento).