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Sambas e marchinhas à moda antiga
Por Vinícius Castelli
do Diário do Grande ABC
08/02/2013 | 00:00
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Andréa Iseki/DGABC


Herança de pai e mãe, o Grupo Samba Só, que ficou adormecido por décadas, toma mais uma vez rumo da Folia e dá as boas-vindas ao Carnaval 2013 com sambas da velha guarda e marchinhas. E o responsável pela empreitada é André Calixto, músico de Santo André. A festa está marcada para hoje, às 23h, no Tupinikim Bar, em Santo André. Os ingressos custam R$ 13 e as 20 primeiras mulheres não pagam.

O Samba Só nasceu nos anos 1970, e quem dava ritmo para as noitadas de música era dona Cleusa e seu Samuel, pais de Calixto. Grande ABC, São Paulo e até o Litoral - dividindo algumas vezes espaço com o Originais do Samba - eram palco para cancioneiro elegante do samba que apresentavam.

Hoje, com músicos de geração mais nova e sob o comando de Calixto (flauta e voz), o grupo conta também com Edson Negritta (cavaco), Igor Debruin (violão de sete cordas), Bebê do Góes (percussão), Daniel Correia (trombone) e as vozes de apoio de Alessandra Calixto e Wagna Ribeiro.

Calixto conta que o clima não mudou, assim como o repertório, que foi preservado. "Em 2008 decidi retomar o projeto, usar o mesmo nome e repertório. Tocamos Benito de Paula, Adoniran Barbosa, Noel Rosa. São canções eternas. Só acrescentei algumas coisas como Roberto Ribeiro e Bezerra da Silva", conta o músico. "Decidi passar por todos os sambas. Gafieira, de roda, partido alto. Tocamos até chorinho."

Calixto conta que o auge do grupo foi em 1974, quando abriu shows do Originais do Samba. "Eu ficava na coxia assistindo aos shows. Quem tomava conta de mim enquanto isso era um rapaz que cuidava do estacionamento. Cresci ouvindo samba, blues e jazz", conta. "Em casa, de segunda, quarta e sexta, a vitrola era da minha mãe. Ela ouvia MPB e samba. Nos outros dias meu pai ouvia blues. Tinha BB King, Eric Clapton, Joe Cocker", relembra. "Quando retomei o conjunto, tinha todas as músicas na cabeça."

No palco, todos os músicos se apresentam de branco, com roupas elegantes. Calixto conta que na época de seus pais também era assim. De acordo com ele, a fórmula do visual complementa o som. "Será uma grande volta no tempo, as pessoas vão se sentir na época dos grandes bailes. Metade, será samba, a outra metade marchinha das antigas."

Para Calixto, é importante que a nova geração saiba da existência dessas composições e que a importância do grupo é resgatar isso. "Tem muita gente que não conhece o trabalho do Cartola, do Nelson Cavaquinho e é bom ter essas referências. O garoto vai escutar uma canção dessas e vai se lembrar de ter escutado os pais ou avós cantarolando essas melodias em casa. "Acho que meus pais estarão lá. Se eles forem, há chance de cantarmos juntos."

Grupo Samba Só -Música. Hoje, às 23h. No Tupinikim Bar - Rua das Monções, 585. Santo André. Tel.: 4436-9231. Ingr.: R$13.




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