Economia Titulo Supervalorização
Região tem imóvel mais caro que Salvador

Preço médio do metro quadrado em S.Caetano e Sto.André supera o praticado na capital baiana

Por Soraia Abreu Pedrozo
05/02/2013 | 06:29
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Os preços médios dos m² (metros quadrados) de imóveis usados em São Caetano (R$ 4.760) e Santo André (R$ 4.121) superam o praticado em Salvador (R$ 4.041). O valor da capital baiana é, inclusive, bastante semelhante ao de São Bernardo (R$ 3.929). Os apartamentos nas três cidades do Grande ABC também são mais caros do que os de Curitiba (R$ 3.722), no Paraná, e de Vitória (R$ 3.881) e Vila Velha (R$ 3.440), ambas no Espírito Santo.

Os dados foram extraídos do Índice FipeZap, que avaliou os valores de m² de imóveis em 16 cidades brasileiras. Embora o indicador seja realizado desde janeiro de 2008, esta é a primeira vez que municípios da região são analisados.

Segundo Eduardo Schaeffer, diretor-geral do ZAP, os preços superam os de Salvador porque os valores praticados por lá sofreram queda em alguns meses do ano passado. "Algumas incorporadoras fizeram grande investida em lançamentos, que não venderam conforme o esperado, o que ajudou a baixar os preços", explica. Outros fatores são as questões de segurança e conservação da cidade, o que afugentou investimentos como hotéis e restaurantes.

A região, por outro lado, tem melhorado sua infraestrutura e, desde 2009, tem se tornado canteiro de obras com centenas de lançamentos - só no ano passado foram cerca de 7.000 unidades. O que também colabora para a elevação dos preços são os novos shoppings e a melhoria dos já existentes. Em 2011 foi inaugurado o ParkShopping São Caetano e entregue a expansão do Shopping Metrópole. Em 2012, foi lançado o São Bernardo Plaza Shopping e finalizada a extensão do Grand Plaza Shopping. Para agosto, está prometido o Golden Square Shopping. Esse movimento atrai mais estabelecimentos comerciais e de serviços, como padarias, supermercados, lavanderias, academias e lojas. Enfim, toda a melhoria nos entornos e a proximidade com a Capital e o litoral paulista fazem com que os preços dos usados, por tabela, subam.

Quanto à comparação com Curitiba, embora o município seja reconhecido pela qualidade de vida, o custo dos serviços e produtos lá é menor. "Comparado a São Paulo, os salários também são até 40% inferiores", diz Schaeffer.

Além disso, o diretor-geral do ZAP pontua que no Grande ABC existe fenômeno semelhante a São Paulo, com a supervalorização dos imóveis entre 2010 e 2011, que se acomodaram em 2012, porém, em patamar alto.

Para o gerente de vendas da Casari Imóveis, Roberto Casari, a acomodação começou em meados do ano passado, após os valores dos apartamentos atingirem seu pico. "Os donos dos usados viram que, se não segurassem os preços, não iriam mais vender os imóveis, já que a diferença para os novos era pequena, com a vantagem de se ter área de lazer e condomínio mais barato (os antigos costumam ter apenas uma torre, o que deixa os custos mais caros, e mais gastos com manutenção - a metragem, porém, é maior)."

De fato, os apartamentos de São Bernardo ficaram 13% mais caros de janeiro de 2012 para cá, os de São Caetano encareceram 12,9% e, os de Santo André, 11%.

 

 




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