Celeiro de bandas, do Grande ABC já saltaram vários nomes mundo afora, muitos com destaque e trabalhando de forma independente. O Ação Direta é um desses casos. O grupo de São Bernardo, que influencia a geração atual, completa 25 anos de atividades ininterruptas e segue firme e cheia de planos na militância pelo som pesado.

Para comemorar, a banda tira do forno World Freak Show (R$ 20, em média). Independente e distribuído em parceria com quatro selos também independentes, o disco chega às lojas com 11 faixas coesas e disposto a conquistar novos fãs. O show de lançamento está marcado para dia 2 de março, em Santo André, no Central Rock Bar (Av. José Antonio de Almeida Amazonas, 596), às 22h.

"Ano passado trabalhamos bastante. Fizemos muitos shows para fazer caixa e produzir bem o disco", diz Gepeto, vocalista da banda que conta também com Pancho (guitarra), Marcão (bateria) e Galo (contrabaixo), formação que está junta há quase duas décadas.

Embalado em caixa digipack, o disco teve produção de Pompeu e Heros, do Korzus. Guitarras pesadas, bateria e contrabaixo servem de palco para letras que não falam mais de palavras de ordem, como em outros tempos, mas de existencialismo e cotidiano. "Levamos o público à reflexão", diz. Uma delas é Desconstrução, escolhida para virar videoclipe. A direção será de Willian Sernagiotto em parceria com a Etec (Escola de Cinema de São Paulo).

De acordo com Gepeto, além das letras, o som do Ação Direta também mudou ao longo dos anos. "E ainda bem", brinca. "Evoluímos. Desenvolvemos estilo próprio", conta.

Assim como alguns outros grupos, o Ação Direta é nome que representa o Grande ABC pelo Brasil e fora dele. "Dá orgulho ser banda do Grande ABC. Desde o início ajudamos a derrubar barreiras que haviam com a Grande São Paulo. Desde cedo começamos a tocar em lugares diferentes. Dá orgulho saber que plantamos essa semente".

Da discografia composta por sete álbuns, três foram lançados na Europa e outro no Japão. O novo trabalho deve seguir o mesmo caminho e tomar rumo também de países da América do Sul.

Tudo isso, assim como as quatro turnês que fizeram pelo velho continente, é resultado de muito trabalho. "Isso se deve aos contatos que começamos a fazer nos anos 1980, via correio ainda", conta. "Existe um circuito independente muito grande na Europa. Mas tem de ter grande trabalho de logística. Tem de arregaçar as mangas e fazer acontecer."