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Ocalan é condenado à morte na Turquia
Por Do Diário do Grande ABC
29/06/1999 | 08:19
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Um tribunal condenou nesta terça-feira à morte o líder rebelde curdo Abdula Ocalan, acusando-o de traiçao por lutar durante 15 anos pela autonomia curda no sudeste da Turquia. A decisao foi tomada por um tribunal de três juízes.

Ocalan observou com expressao sombria o juiz Turgut Okyay quando a sentença foi lida, mas nao mostrou reaçao alguma. A sentença foi divulgada pela emissora de televisao TRT, do governo. As famílias de soldados turcos que morreram combatendo os rebeldes começaram a cantar o hino nacional assim que Okyay finalizou a leitura da sentença.

Quando lhe pediram para dar uma declaraçao final antes do veredicto e da sentença, Ocalan pediu uma vez mais uma oportunidade para obter a paz entre o governo e os rebeldes. "Estou reiterando meu chamado" disse Ocalan, "para uma paz justa e honrada e pela fraternidade com a república democrática. Faço um chamado à humanidade, ao estado e a todas as forças da sociedade para cumprirem com seu dever. O futuro do país reside na paz, nao na guerra".

Em declaraçoes feitas previamente, no decorrer do julgamento, Ocalan advertiu que se fosse executado, "milhares de pessoas ativarao a máquina do terror por mim".

As autoridades da Austria, Holanda, Alemanha e Grécia, onde há grandes comunidades curdas, aumentaram as medidas de segurança, antecipando-se ao veredicto. Quando comandos turcos capturaram Ocalan em fevereiro, no Quênia, os curdos promoveram violentos protestos em toda a Europa. Um porta-voz do Partido dos Trabalhadores do Curdistao, liderado por Ocalan, disse que dirigentes da organizaçao reuniram-se para discutir as medidas a adotar após a condenaçao. "Nosso presidente queria uma soluçao pacífica, uma soluçao para pôr fim à guerra", declarou Selim Zafer, em Bruxelas. "Mas nos enviaram esta mensagem: sem importar o quanto vocês desejam a paz, imporemos a condenaçao à morte" contra Ocalan.

Qualquer sentença de morte é automaticamente alvo de apelaçao na Turquia. Se uma corte de apelaçoes ratifica o veredicto, deve passar ao Parlamento e, depois, ao presidente Suleyman Demirel para sua aprovaçao. O processo pode demorar meses.




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