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Santo André irá refundar Faisa para auxiliar na gestão da saúde

Governo tucano pretende remodelar conceito com novo projeto em fase final; Cicote é principal cotado a assumir

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/05/2021 | 02:00
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Nario Barbosa/DGABC


O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), finaliza últimos detalhes da proposta para criar outro modelo da Faisa (Fundação de Assistência à Infância de Santo André), principalmente frente ao cenário de distanciamento em torno da FUABC (Fundação do ABC). A ideia da mudança é justamente transformar a Faisa em uma autarquia mais robusta de gestão de saúde pública, conforme antecipado pelo Diário. O texto do projeto de lei que altera o conceito do órgão tende a ser encaminhado à Câmara nas próximas semanas.

Objetivo primordial do plano, de acordo com informações de fontes internas do Paço, passa por municipalizar o gerenciamento do setor de saúde, atualmente dividido exatamente com a FUABC. A estimativa da administração tucana é dar esse encaminhamento ao Legislativo ainda na primeira quinzena de maio, ficando no aguardo da votação parlamentar da matéria em plenário. Vereador licenciado e que ocupou, recentemente, posto de diretor-geral da Central de Convênios, braço da Fundação do ABC, Almir Cicote (Avante) encabeça lista de cotados para presidir o órgão reformulado – ele está afastado da cadeira na casa.

Desidratada, a Faisa é, em tese, comandada hoje pelo secretário andreense de Saúde, Márcio Chaves (PSD), que acumula a função. Antigo órgão municipal, a entidade, contudo, perdeu força, em especial nas últimas duas décadas, a partir da última gestão de Celso Daniel (PT, morto em 2002). A proposta governista vai ao encontro do momento em que a atuação da FUABC, sob a chefia de Adriana Berringer Stephan – indicada da Prefeitura de São Caetano, dentro do rodízio regional –, sofre com desgaste institucional, na mira de críticas internas na condução da pandemia de Covid-19.

A estratégia do Paço seria, ao trazer para o município a responsabilidade da administração total da saúde, dar celeridade à resolução dos problemas apresentados na área. O governo inaugurou em agosto a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Infantil, no mesmo local onde funcionava a antiga Faisa – esquina da Rua Adolfo Bastos, na região central –, como forma de iniciar resgate simbólico da fundação.

Originalmente, a Faisa foi criada em 1967. Durante longo período foi considerada referência em saúde pediátrica, com rede paralela de atendimento que chegou a contar com 11 ambulatórios descentralizados e capacidade de cerca de 6.000 consultas ao mês, além de dois serviços de urgência e emergência. A primeira unidade contava com 20 leitos para internação de casos clínicos – há 20 anos, ela não teve seu certificado de filantropia renovado pelo CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) – título que assegurava a isenção de impostos. Em 2005, esse prédio deu lugar ao PA (Pronto Atendimento) voltado a todos os públicos, que, posteriormente, se tornou a UPA Central.

Questionada, a Prefeitura confirmou que pretende criar uma fundação municipal de saúde e que o projeto de lei será enviado em breve à Câmara. “O processo deve ser acelerado diante das denúncias que têm a Fundação do ABC como alvo, sendo a mais recente de fura-fila da vacina contra a Covid-19, além de problemas no gerenciamento dos serviços contratados e de interferências políticas externas indevidas na gestão.”
 




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