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Após rebelião, polícia acha granadas, droga e armas na detenção
Por Gabriel Batista e Orlando Filho
Do Diário do Grande ABC
23/08/2005 | 08:01
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O saldo da revista geral em todas as celas do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá foi de duas granadas, duas pistolas 380, 28 munições, 16 celulares com carregadores e 28 porções de cocaína e maconha. A vistoria foi feita das 7h às 15h30 de segunda-feira, um dia depois da rebelião que fez 15 reféns e que teve tiroteio entre presos e agentes penitenciários.

O esquadrão antibomba detonou um dos explosivos de guerra às 19h10, na parte de trás do CDP. A granada estava sem o pino de segurança e não pôde ser removida. A outra, que estava intacta, foi apreendida. A polícia afirma que os explosivos foram encontrados na luminária de uma cela.

A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária afirma que foi instaurada uma sindicância para apurar como o arsenal, os celulares e as drogas chegaram às mãos dos presos. O CDP de Mauá, que fica no bairro Sertãozinho, foi inaugurado em 28 de setembro de 2004. A unidade tem capacidade para 576 pessoas, mas abriga 1.073.

Na rebelião de domingo, detentos utilizaram quatro armas para tentar fugir em meio a familiares no fim do horário de visita. Foram impedidos por agentes que fazem a segurança externa da carceragem. Presos e funcionários trocaram tiros, e 15 agentes penitenciários foram mantidos reféns. Após quatro horas e meia de negociação, os rebelados libertaram os reféns e entregaram as armas – duas pistolas 635, uma 380 e outra antiga, calibre 38. Eles só aceitaram se entregar com a condição de que a Tropa de Choque da Polícia Militar não fosse acionada.

A revista geral de segunda-feira foi feita por 36 agentes de segurança penitenciária e 31 integrantes do GIR (Grupo de Intervenção Rápida) da Secretaria de Administração Penitenciária. Funcionários do CDP, policiais e pessoas que tiveram acesso à carceragem afirmaram que trancas das celas e parte da enfermaria foram destruídas durante a rebelião. "Tentaram pôr fogo nos colchões, mas não conseguiram porque são feitos com material antichamas", disse o advogado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mauá, Agnaldo de Cássio Moreira, que acompanhou a negociação com os presos.

Três detentos foram indiciados pela posse das quatro armas durante a rebelião. As pistolas utilizadas no levante são registradas e estão em condições legais. "Existe a hipótese de que os três detentos responsabilizados tenham sido forçados a assumir o porte das armas pelos presos líderes", disse o delegado titular do 1º DP de Mauá, José Rosa Incerpi.

O CDP de Mauá nunca passou por vistoria de segurança do Corpo de Bombeiros, exigência prevista pela lei estadual. O major Hamilton da Silva Coelho Filho, do 8º GB (Grupamento de Bombeiros), disse segunda-feira que aguarda solicitação de vistoria da direção do CDP.




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