Os especialistas em recursos humanos garantem que não há, por parte das empresas, discriminação a fumantes. E ressaltam que as companhias têm investido em espaços específicos, os fumódromos, para a convivência pacífica na corporação. Mas fumar durante uma entrevista de emprego pode significar a perda da vaga. O comportamento é interpretado como insegurança diante de um momento de pressão.

"Em uma entrevista a orientação é responder apenas o que é levantado. Acender um cigarro durante a entrevista é como atender o telefone celular. Tira o candidato do foco, que é mostrar a sua experiência. Pode significar, também, insegurança, dificuldade de comportar-se frente a uma pressão, e é nesse momento que o candidato é reprovado", disse a diretora de RH (Recursos Humanos) da Gelre, Luiza de Paula.

A coordenadora de recrutamento e seleção da Manager, Perola Lucente, concorda, mas aconselha o candidato a não mentir para o entrevistador sobre o vício. "Esconder é bobagem porque mais cedo ou mais tarde vão descobrir. Deve-se demonstrar que o vício não vai atrapalhar o trabalho, até porque o que conta mesmo é a capacidade profissional de cada um."

ADEQUAÇÃO - Hoje em dia é comum empresas investirem em espaços para fumantes. Além de ser uma forma de a companhia respeitar as diferenças, também é, em alguns setores, uma medida de segurança, caso de indústrias químicas, de alimentos ou de cosméticos.

As empresas do Pólo Petroquímico localizado na divisa de Santo André com Mauá, são exemplos disso. Instalaram fumódromos em áreas abertas, mas não deixam de lado campanhas contra o vício.

"A rigor não há veto a fumantes, mas temos uma política de educação para incentivar as pessoas a deixarem o vício. Por questões de segurança, eles só podem acender cigarros nos fumódromos, que ficam em áreas abertas, mas com cobertura", comentou o gerente-executivo da Apolo (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico), Sidney dos Santos.