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Lixo do fim de ano ainda favorece trabalho de reciclagem no ABC
Por Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
20/01/2005 | 15:09
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Os primeiros meses do ano são os mais rentáveis para quem vive da reciclagem porque a quantidade de lixo aumenta no final de ano em decorrência das festas e dos bota-foras de papelada das empresas. A fartura tem feito a festa dos trabalhadores do setor neste início de ano.

A maioria das Prefeituras do Grande ABC já tem postos de recolhimento fixos para materiais recicláveis. As exceções são São Caetano e Rio Grande da Serra. Nos recipientes de coleta, os moradores podem dar destino útil a papéis, plásticos, vidros e latas. Saem ganhando não apenas os catadores, mas toda a população, devido aos benefícios para o meio ambiente.

Mas a iniciativa ainda é muito tímida no país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), somente 2% do lixo produzido no Brasil vai para a coleta seletiva. Na região, destaca-se o trabalho de Santo André, onde são recolhidas cerca de 532 toneladas de lixo reciclável por mês, o que corresponde a 3,5% do total da coleta domiciliar. A cidade dispõe de 19 pontos de entrega voluntária de material reciclável e está prevista a abertura de mais 50 neste ano.

O processo de triagem desse material é feito por cooperativas de catadores. Uma delas é a Cidade Limpa, de onde o baiano José Batista de Lucena, 43 anos, e mais 90 colegas tiram seu sustento. "Estou há quatro anos no grupo e ganho mais ou menos R$ 330 por mês. Eu me sinto ajudando a melhorar o país", diz, orgulhoso.

Em São Bernardo, a Prefeitura mantém dois centros de Ecologia e Cidadania, com gestão de duas associações de catadores de lixo, uma no bairro Assunção e outra na Vila Vivaldi. Atuam no processo de triagem do material reciclável coletado em mais de 200 pontos espalhados pelos bairros. Na cidade, ainda é desenvolvido o projeto Empresário Amigo do Catador, que conta com a colaboração de 15 empresas. Essas empresas doam lixo reciclável aos centros de ecologia.

Diadema recolhe 130 toneladas mensais de material reciclado, de um total de 802 toneladas de lixo. Como exemplo, em cinco postos de coleta, 47 catadores coletam 50 toneladas de resíduos sólidos. Os postos fixos de coleta seletiva de Mauá estão distribuídos em espaços públicos, como o Paço Municipal, escolas e unidades de saúde. O município mantém uma usina de triagem na Vila Carlina, sob gestão de cooperativa formada por 20 pessoas.

Em Ribeirão Pires, há quatro locais de entrega de material reciclável e um galpão de triagem no Parque Aliança. Em setembro, foi criada a Cooperpires, com 20 catadores associados e um trabalho porta-a-porta que já atende 40% da cidade.

A idéia da reciclagem vem se disseminando na região. Um dos exemplos é o trabalho realizado no Parque-Escola, em Santo André, onde são organizadas oficinas de reciclagem de papel artesanal que já formaram multiplicadores, como a professora aposentada Teresa Salvador Fugiwara, 58 anos, moradora do bairro Santa Terezinha. "Participei do curso para fazer caixinhas de Natal e daí não parei mais. A gente beneficia a si próprio e à natureza. Ainda é um ganho a mais no final do mês de cerca de R$ 300", diz.




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