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Explosao mata dois no Rio
Por Do Diário do Grande ABC
08/08/2000 | 01:04
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Um incêndio em uma fábrica de produtos químicos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, provocou duas mortes e pânico entre os moradores da regiao. Segundo a Fundaçao Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema), a Indústria 3000GT Produtos Químicos funcionava sem registro. A explosao de um caminhao-tanque foi a causa do incêndio na fábrica que, de acordo com vizinhos, produzia solventes para adulterar combustível. "Os donos, que seriam sócios de um posto de gasolina na Avenida Brasil, teriam se retirado do local", informou, em nota oficial, o presidente da Feema, Axel Grael.

Cerca de 120 homens da Defesa Civil e de cinco quartéis do Corpo de Bombeiros levaram mais de seis horas para apagar o fogo. Bombeiros de Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Penha e do Centro do Rio tentavam impedir que o incêndio no caminhao chegasse até os quatro tanques que armazenavam 100 mil litros de solvente. Do outro lado do galpao, mais seis tonéis estavam ameaçados de incendiar, mas nao chegaram a ser atingidos pelas chamas.

O secretário estadual de Defesa Civil, coronel Paulo Gomes dos Santos Filho, informou que pelo menos duas válvulas dos tanques estavam abertas abastecendo o caminhao quando o acidente aconteceu. Dois homens que estavam próximos ao veículo foram carbonizados e o solvente continuou jorrando por tubulaçoes de três polegadas, alimentando o incêndio.

Agua e espuma foram usadas para resfriar os tanques e impedir nova explosao. Para facilitar o reabastecimento dos caminhoes do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil quebrou a mureta que separa a Rodovia Washington Luís do bairro de Figueiras.

Moradores do bairro ouviram a explosao por volta das 14h30. Além da fuligem que cobriu casas, um carro teve o vidro estourado. "Estava passando roupa quando ouvi o barulho. Pensei que minha casa estava desabando", contou a moradora Almira da Silva, 48 anos. Segundo testemunhas, telhas de zinco voaram e foram parar a mais de 500 metros. A Defesa Civil de Duque de Caxias chegou ao local por volta das 15h15 e, junto com a Guarda Municipal e policiais do 15º BPM (Duque de Caxias), isolou dois quilômetros da Rua Venâncio Pereira Veloso, onde ficava a fábrica.

Um morador, que nao quis se identificar, contou que ali funcionava uma fábrica de fachada para adulteraçao de gasolina. "Era sempre assim, entrava um caminhao e depois saíam dois levando a mistura que eles faziam de gasolina com os solventes dentro do galpao. Construíram uma bomba ao lado da minha casa", disse.

O produto que provocou a explosao foi identificado, inicialmente, como solvente inflamável. Segundo o analista ambiental da Feema, Carlos Eduardo Strauch, o solvente pode ser usado para adulterar combustível. Atrás da fábrica fica um dos afluentes do Rio Sarapuí e um vazamento de combustível foi detectado por técnicos da Feema.




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