Memória Titulo
Apresentamos o Cadillac de Antonio Bassoli

Pelosini, Romano, Marson, Bassoli. Gente antiga de São Bernardo, com muitos descendentes até hoje na cidade

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
30/08/2011 | 00:00
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Antonio Bassoli com o seu Cadillac 1950. A foto foi batida em 1956. Em São Bernardo, tinham este carro o prefeito Lauro Gomes e os empresários Osvaldo Pelosini e Zezinho Romano, que eu me lembre.
Romeu Bassoli

Tinham Cadillac em São Bernardo: Narciso Pelosini, Valdomiro Pelosini, José Romano, José Pelosini (Thunderbird). Acho que o Marson tinha um na Rua Jurubatuba.
Roberto Pelosini 

NOTA DA MEMÓRIA
Pelosini, Romano, Marson, Bassoli. Gente antiga de São Bernardo, com muitos descendentes até hoje na cidade. Eles, o prefeito Lauro Gomes, e seus carrões importados. Não havia: 1) o parque automobilístico brasileiro; 2) nem havia colecionadores de automóveis como hoje, que até organizam clubes específicos. Mas há muitas histórias.

Caso do Lauro, prefeito. Walter Gomes Miranda nos contou várias histórias, acho que já narradas em Memória. Vamos a duas delas:

1 - Certa vez, Lauro chamou ao seu gabinete os funcionários públicos que tinham carros. Todos deveriam, em determinado dia e horário, circular pela Rua Marechal Deodoro dirigindo seus veículos. Seria uma forma de impressionar visitantes que compareciam à cidade justamente para negociar a compra de áreas para instalação de novas indústrias. Era preciso deixar a impressão que São Bernardo era bem mais que uma vila. Vivia-se a primeira metade da década de 1950. Lauro Gomes era prefeito pela primeira vez (1952 - 1955).

2 - Quando o prefeito chegava de manhã à Prefeitura sentado no banco de trás do seu carrão, era sinal que seu humor estava ótimo; mas se por ventura ele chegasse dirigindo, com o motorista no banco traseiro: sai de baixo. O Seo Lauro estava uma fera e ia sobrar para todo mundo.

Lembrando: naquele tempo, a Rua Marechal Deodoro tinha duas mãos de direção - e assim seria por muitos anos, até a década de 1960 e 1970, quando foi aberta a Avenida Faria Lima. E a Marechal era calçada com paralelepípedos. O asfalto a cobriria alguns anos depois, e seria uma festa o dia em que foi inaugurado o primeiro semáforo, próximo ao Largo da Matriz. 

AMANHÃ NA 2ª SEMANA SÃO BERNARDO
Confraternização com frango e polenta.

Fausto Polesi 

Lembro que recolhia todo o material da edição do News Seller, fazia o fechamento na sexta-feira - isso quando o jornal já tinha um corpo de elementos que o escreviam: Octavio de Oliveira cuidava da seção de esportes, Walter Silva da área policial, Carlito Cerchiari (o Carlos Vicente Cerchiari - CVC) da coluna social, Waldemar Fonseca da política...

Fonte: entrevista gravada em 27-4-1988.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 30 de agosto de 1981 

Manchete - Em São Bernardo, hoje: trabalhadores e a Igreja exigirão o fim do desemprego

Tragédia - Venâncio Neto (ex-vereador de Santo André), mulher, mãe e filho morrem em desastre no km 300 da Régis Bittencourt.

Futebol - Ontem, na Capital, Nacional 2, Aliança 0; hoje, em São Caetano, Saad e Santo André disputam o 41º clássico da história.

Editorial - Antes era um teleférico, agora é um abacaxi

EM 30 DE AGOSTO DE... 

1901 - Escritor e jornalista Eduardo Paulo da Silva Prado morre em São Paulo. Foi amigo de Eça de Queirós. Os dois participaram de rodas literárias e diplomáticas em Paris. 

1956 - Toma posse a primeira diretoria da Associação de Amadores de Astronomia de São Caetano: presidente, Inácio Del Rey; vice-presidente, Odilon de Souza Mello; diretores: Cristovam Miguel Sanches, João Caparrós, Argemiro Gonçalves, Milton Scalsaretto, Armando Molinaro, Hermínio Moreira, Manoel Duran, Felipe Del Rey, Américo Cavallini, Jaime Tavares e Aldo Negrini; comissão fiscal, engenheiro Vilibaldo Coelho Maia, Carlos S. Paez e Antonio Caparrós Guevara.

Trabalhadores

Nascem em 30 de agosto: 

1919 - Pedro José Francisco, de Minas Gerais. Operário da Indústria Brasileira de Pigmentação. Residia à Rua Fausto, 10.

1929 - José Herves Gomes, encanador da Eletrocloro.

Fonte: 1º livro geral de registro de associados do Sindicato dos Químicos do ABC.

HOJE 

Dia do Vendedor Lojista.

SANTOS DO DIA 

Adauto, Ágilo, Eustáquio Van Lieshout, Félix, Gaudêncio, João Juvenal e Rosa de Santa Maria.

São Félix foi um presbítero romano. Ele e Santo Adauto foram martirizados em princípio do século 4.

Fontes: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Vozes, 2011; site: www.paulinas.org.br .

FALECIMENTOS 

SANTO ANDRÉ

Maria Mendes de Oliveira, 82. Natural de Salinas (MG). Dia 26, em São Bernardo. Cemitério de Vila Curuçá.

Nelson Melendes, 73. Natural de Bauru (SP). Dia 27, em São Bernardo. Cemitério Curuçá.

Erenice Monteiro Estradiote, 71. Natural de Minas Gerais. Dia 27, em São Bernardo. Cemitério Curuçá. 

SÃO BERNARDO

Maria Esteves Ramos, 83. Natural de São José do Rio Preto (SP). Dia 28. Cemitério do Baeta.

Miguel Pierri, 82. Natural de Araraquara (SP). Dia 27. Cemitério da Quarta Parada, Capital.

Terezinha de Souza Cunha, 81. Natural de Jambeiro (SP). Dia 27. Cemitério Jardim da Colina.

Angelina Lantim Rodrigues, 80. Natural de Itapira (SP). Dia 26. Cemitério de Vila Euclides.

Denira Soares Guerald, 76. Natural do Rio de Janeiro. Dia 27. Cemitério Jardim da Colina. 

SÃO CAETANO

(Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica) 

Rosa Schifino, 96. Natural de São Paulo (SP). Dia 26.

Olga Caruso, 89. Natural de São Paulo (SP). Dia 22.

Antonio Comitre, 82. Natural de Presidente Alves (SP). Dia 23.

Theonilo de Lima Moraes, 78. Natural de Saúde (BA). Dia 25. 

DIADEMA

Marli Vieira Mendes Ribeiro, 63. Natural de Uberlândia (MG). Dia 28, em São Bernardo. Cemitério Municipal. 

MAUÁ

Artur Albuquerque Cavalcanti, 85. Natural de Guanumbi (PE). Dia 28, em São Bernardo. Cemitério Vale dos Pinheirais.

RURI AKIYAMA
(Hokkaido, Japão, 15-2-1912 - Santo André 25-8-2012) 

Dona Ruri veio para o Brasil em 1929. Em Santo André foi professora, católica devotada, poeta, costureira e professora de costura no Parque das Nações. Nasceu no mesmo ano em que o Titanic afundou. Sozinha, em 1997, 85 anos depois, foi ao shopping assistir ao filme sobre a tragédia do navio.

As poesias de Dona Ruri viraram livro: Tankas, que significa ‘Rememorações'. Um livro de memórias, em versos. Na abertura, uma poesia que narra a partida do Japão, em 1929. Ruri tinha 17 anos. Escreveu: "Meus pais são jovens. Eu, uma menina com longos cabelos negros. Na foto, a lembrança da emigração ao Brasil".

No Brasil, a parada na Hospedaria dos Imigrantes, e o encaminhamento a uma fazenda de café: "Os cafeeiros. De tantos, estendiam-se ao horizonte. Donzela solitária, chorava ao surgir a lua. Parado nele, embarquei no trem dos imigrantes".

Retornou ao Japão em 1937. Conheceu o padre Yamanaka, que a catequizou. Tornou-se devota de Nossa Senhora. De volta ao Brasil, casou-se em 1938 com Haruta Akiyama. Em 1946 foi convidada a ensinar a língua japonesa numa escola da Fazenda da Juta, hoje Parque Novo Oratório, em Santo André. Só deixaria a cidade para outros retornos ao Japão.

Dona Ruri partiu aos 99 anos. Está sepultada no Cemitério Curuçá. A missa de 7º dia será celebrada hoje (30), às 19h30, na Paróquia Nosso Senhor do Bonfim, no Parque das Nações.

Pesquisa e texto: Mieko Nittolo, filha; Sandra Nittolo, neta. 

Amanhã - Dona Ruri divulga a revista da Milícia Imaculada e a obra do padre Maximiliano Kolbe.




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