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Nunca houve mágoa do Paulo Serra, diz Picarelli

Escolhido para chefiar Pasta de Meio Ambiente, ex-democrata cita ter existido disputa por espaço

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
30/08/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Depois de ser nomeado formalmente para integrar o alto escalão do governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), o advogado Fábio Picarelli (sem partido) minimizou problemas do passado e alegou que “nunca houve mágoa” do tucano. “O que existiu foi disputa pelo mesmo espaço, pelo qual ele saiu vitorioso. Temos perfis parecidos, inclusive oriundos da classe média, ambos formados em Direito, frequentamos o mesmo clube (Primeiro de Maio). Apesar disso, não existia inimizade”, disse, no dia de sua oficialização como novo secretário de Meio Ambiente.

Picarelli assumiu o comando da Pasta no lugar de Murilo Valle (PV). A aproximação entre Paulo Serra e o ex-democrata já estava sendo desenhada desde o ano passado, na busca por aparar as arestas carregadas do processo eleitoral de 2016. Presidente da subsecção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) andreense por seis anos, ele se colocou como pré-candidato ao Paço pelo DEM, mas, diante de turbulências, o projeto majoritário não foi registrado. Na ocasião, apoiou o ex-prefeito Aidan Ravin (Podemos), que não alcançou o segundo turno. Logo após o impasse, desfiliou-se da sigla.

O advogado pontuou que entra na secretaria “sem pretensões político-eleitorais”. Segundo Picarelli, desde o convite até a data do acordo selado essa situação já foi relatada para Paulo Serra. “Quero colaborar com a gestão, somar esforços no time. Não estou assumindo (a Pasta) com intenção de me projetar e lá na frente disputar eleição”, disse, ao elogiar a administração do tucano nesses quase dois anos de mandato. “Tem sido gestão mais presente, percebe-se que o prefeito está imbuído de boa vontade de acertar. Não existe perfeição, só que claramente tem se esforçado em colocar Santo André nos trilhos, representando mudança na cidade, com política contemporânea.”

Paulo Serra pontuou que Picarelli demonstrou, em algumas conversas, disposição em ajudar o governo a “recolocar a cidade no caminho certo”, e “entendeu que o projeto tem dado bons frutos mesmo frente à crise econômica”. “Principalmente nas contas públicas, com corte de gastos desnecessários, e retomada de obras”, relatou, endossando as palavras do ex-democrata que o embate de dois anos atrás “já tinha sido superado”. “Faz parte do processo. Nunca ultrapassou a esfera política.”

O tucano emendou que o advogado terá como principal missão reativar projeto do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas, que envolve a recuperação da Vila de Paranapiacaba, iniciado na gestão Carlos Grana (PT) e que apresenta apenas 20% de sua execução. “Tecnicamente há respaldo. Ele poderá contribuir juridicamente a destravar (esse plano) ainda neste ano. Houve problema jurídico. Projeto terá que ser alterado. Recursos não eram suficientes. Precisará ser passado a limpo.”

A substituição na secretaria causou certo desconforto, especialmente dentro do PV, uma vez que a Pasta foi criada na reforma administrativa, e era gerida por Murilo – que tende a ficar como adjunto –, sucessor e indicado do ex-vereador Donizeti Pereira (PV), hoje chefe do núcleo de Articulação Política do governo. Picarelli, por sua vez, fez questão de evitar ruído com sua chegada. “Não tem rota de colisão.”  




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