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Anemia impede 17% das doações em hemocentros

Nos postos de coleta de sangue da região, problema causado pela carência de ferro é o maior fator de recusa

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
30/06/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 Junho termina hoje, mas o alerta de saúde do mês permanece relevante: a doação de sangue. No entanto, nem sempre quem se disponibiliza a colaborar está apto para tanto. Na região, o principal problema que atrapalha o ato solidário é a anemia. Do total de candidatos nos quatro postos de coleta – em São Bernardo (Hemocentro Regional), em Santo André (Hospital Estadual Mário Covas e Centro Hospitalar Municipal) e em São Caetano (Núcleo Regional de Hemoterapia) –, 17% são recusados devido ao problema.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 30% da população terá anemia ao menos uma vez na vida e o motivo mais recorrente é a alimentação deficiente em ferro, o que impacta no conteúdo de hemoglobina no sangue, deixando-a abaixo do normal.

Na sequência, as causas de recusa são o uso de medicamentos (10%), tatuagem feita com menos de um ano (8%), e infecção ou febre (7%).

No momento da pré-triagem no hemocentro, é realizado o hematócrito, teste rápido, com resultado na hora, para verificar se o doador tem anemia. Não pode doar o homem que tiver resultado menor que 39% e mulheres com valor inferior a 38%. O público feminino, aliás, apresenta maior propensão, conforme explica o hematologista e diretor da Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, parceiro do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, em Santo André, Rodrigo Santucci. “As mulheres com fluxo menstrual mensal perdem um pouco de sangue todo mês e têm tendência a ter anemia”, fala. Os principais sinais do problema são fadiga generalizada, falta de apetite, palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas).

Prevenir a anemia é possível por meio do consumo de alimentos ricos em ferro, como folhosos verde-escuros, carne vermelha e feijão (principalmente o preto). Para quem possui o quadro, Santucci diz que é possível revertê-lo com tratamento, aliado à alimentação. “Além de melhorar a dieta, o ferro pode ser reposto via oral, com comprimidos, por meio endovenoso ou intramuscular”, destaca o especialista.

 

SITUAÇÃO

O período de inverno e a chegada das férias diminuem as doações de sangue nos hemocentros. E o cenário já se faz apreensivo: segundo a Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), que administra os equipamentos de coleta da região, o estoque é suficiente para somente 15 dias, com maior necessidade de sangue com fator RH negativo, quando o ideal é quantidade suficiente para 20 dias.

A partir de segunda-feira, entra em operação o aplicativo de celular Time do Sangue, lançado pela Colsan, que permitirá com que o doador agende o dia e horário para doação. Para o ato é preciso ter entre 16 e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ter sido feita até 60 anos); pesar acima de 50 quilos, estar em boas condições de saúde, estar alimentado (porém, evitar refeições gordurosas nas três horas que antecedem a doação) e portar documento original de identidade com foto e dentro do prazo de validade, caso da carteira de habilitação.

 




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