Política Titulo Estancar sangramento
Paulo Serra anuncia que vai congelar 60% da peça orçamentária

Prefeito andreense sustenta que valores estimados eram de ficção

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
07/01/2017 | 07:23
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Ricardo Trida/DGABC


O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), anunciou ontem congelamento de 60% do Orçamento como desdobramento do pacote de controle dos gastos, mediante a crise financeira do Paço. O tucano alegou que o índice é necessário de imediato depois de estudo apontar que estimativas de receita do governo desde 2014, apresentadas pela gestão Carlos Grana (PT), eram “peça de ficção”. “Não correspondia com a realidade. Isso vai estancar sangramento. Atualmente, há hemorragia.”

Os valores do exercício vigente indicam arrecadação de R$ 2,428 bilhões de administração direta, o que, segundo o levantamento da Prefeitura, chegará a R$ 1,814 bilhão, queda de 25%. Em 2016, a expectativa era de R$ 2,558 bilhões, mas o montante finalizou em R$ 1,912 bilhão – também redução de um quarto do projetado. O deficit anual ficou em R$ 137,4 milhões. Paulo Serra sustentou contingenciar percentual não linear às secretarias, trabalhando com “orçamento real”. Além da queda de receita, o tucano afirma ter herdado R$ 308 milhões de restos a pagar. “É produto da irresponsabilidade.”

A gestão petista divulgou contingenciamento em todos os anos do mandato, variando entre 30% e 50%. Para o tucano, os procedimentos adotados pelo antecessor foram sem eficácia. “Não causaram efeito prático. Santo André não está em sua normalidade”. Por outro lado, Paulo Serra descartou que o congelamento provoque impacto negativo às ações de governo. “Não terá interrupção de serviços essenciais.”

FALTA D’ÁGUA
O tucano afirmou também, em evento no gabinete, que vai retomar a partir de segunda-feira o diálogo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), tendo como principal foco encerrar o problema que se arrasta de falta d’água. O prefeito confirmou a agenda com Jerson Kelman, presidente da companhia paulista, ao lado de Ajan Marques (SD) e Ricardo Kondratovich, anunciados oficialmente como superintendente e adjunto do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), respectivamente.

“A prioridade é acabar com esse impasse de falta d’água em 30 dias”, prometeu Paulo, relembrando que a situação pautou a campanha. Foram sugeridas nove medidas, entre elas combate às ligações clandestinas, caça vazamentos de água e implantação de hidrômetros em áreas antigas – hoje a perda gira em torno de 47%. “Não adianta aumentar o volume (repassado da Sabesp) se não houver aqui gestão. Essas ações minimizam (problema), mas são complementares.” 




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