Setecidades Titulo Billings
Laudo mostra aumento de pontos ruins

Expedição feita pela SOS Mata Atlântica e USCS conclui primeira etapa de observações

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/03/2016 | 07:00
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O laudo com as constatações da primeira semana da Expedição Billings (no período de 29 de fevereiro até 4 de março), realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) mostra que a situação da represa em nada melhorou em relação a 2015.

Pelo contrário, os pesquisadores observaram que houve diminuição dos pontos bons e aumento dos locais ruins na área analisada, que foi a mesma nos dois anos. Foram percorridos 57 quilômetros de margens e estudadas 20 áreas em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Bióloga e professora da USCS, Marta Ângela Marcondes destaca que uma questão preocupante observada foi a considerada grande quantidade de macrófitas (plantas aquáticas de grande porte) encontradas. “Próximo à Rio Grande da Serra, elas tomaram conta da área e isso preocupa porque essa invasão pode indicar assoreamento”, fala.

Dos 20 pontos analisados, três deixaram de ter apenas mata e passaram a contar com ocupações. Conforme o relatório, o fator leva a crer que o local recebe esgoto não tratado, o que desencadeou contaminação pelas bactérias encontradas. Os microrganismos presentes são os mesmos vistos no ano passado. Um deles é a Escherichia coli, bactéria que faz parte da flora intestinal de animais de sangue quente, como seres humanos e podem causar doenças, como gastroenterite e infecção urinária. A forma de contaminação se dá por meio de consumo de água ou alimentos infectados com a bactéria.

O outro microrganismo presente é a Shigella, causadora de disenteria bacilar ou shigelose (todas tem como sintomas fezes sanguinolentas associadas a dor intestinal). O problema pode ser adquirido a partir da ingestão de água ou alimentos contaminados.

“Esse rio tem de ficar com mata preservada para que a água chegue com qualidade, mas, se bobear, isso não vai acontecer. Se houver outra crise hídrica, ficaremos sem opção”, ressalta Marta. “Todos os rios e reservatórios estão pedindo socorro e não estamos ouvindo. A situação mostra que não melhorou em nada”, conclui.

 




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