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Um pouco mais de paciência

Novo álbum de Renato Teixeira e Almir Sater tem músicas inéditas e ajuda a ‘respirar’

Por Miriam Gimenes
13/03/2016 | 07:00
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Divulgação


 Ar: mistura de gases que compõem a atmosfera terrestre, fundamental para assegurar a continuidade da vida no planeta. E ele tem esta função não só no sentido real da palavra, mas de forma metafórica também. Para quem quer fugir um pouco da realidade – que está um tanto pesada, diga-se – e ‘respirar’ com tranquilidade, nada melhor do que ouvir o novo álbum de Almir Sater e Renato Teixeira, que leva no nome as suas iniciais: AR (Universal Music, R$ 21,90, em média).

Parceiros em grandes clássicos da música brasileira – Tocando em Frente e Um Violeiro Toca –, vizinhos e amigos de longa data, esta é a primeira vez que eles gravam um álbum juntos (com todas as músicas inéditas). Renato diz que foram seis anos trabalhando nele. “É um disco para curtir a qualquer hora do dia. Como fizemos de forma descompromissada com qualquer esquema, o fizemos leve.” Ter paciência, artigo de luxo nos dias atuais, foi a alma do ‘negócio’.

E essa tranquilidade pode ser sentida nas canções, entre elas Espelho D’Água, A Primeira Vez e A Flor que a Gente Assopra. Não podia ser diferente: eles fizeram o álbum nas casas de ambos, na Serra da Cantareira. “A nossa música é muito ligada à cultura caipira, temos conexão forte com o Interior e seus símbolos. Ficamos à margem da Avenida Paulista, a nossa realidade é outra.Estamos vivendo um momento difícil e se pudermos, com a música, mostrar nossa beleza, ajudamos a encarar a barra que vem por aí. Não podemos perder a esperança”, reflete Renato.

A cultura caipira, diz ainda, não é banal. “Se considerar que já mostrou o Brasil com Guimarães Rosa, Tarsila do Amaral e Monteiro Lobato, ela na verdade é a espinha dorsal da cultura brasileira.” Principalmente neste momento de crise de identidade, segundo ele, é preciso ressaltar alguns valores. “Essa música é do bem e não tem contra-indicação. Nosso País tem problemas, mas nós não somos feios, temos valores legais e isso vai dar força para fazer uma grande transformação e ajudar a deixar de ser um País bobalhão.”

O AR, segundo ele, tem essa força brasileira e também é um alento para eles como profissionais. “Você tem ar, tem espaço, dá para curtir, trabalhar sem esse vínculo psicológico que a gente tem com a mídia de sonhar com grandes multidões. O artista bem sucedido hoje é aquele que junta multidão, tem jatinho particular, viaja para não sei aonde. Ele tem valor pelo o que ele ostenta, não pelo o que ele representa artisticamente. É o artista ostentação. Talvez estejamos passando por uma mudança de ciclo. No budismo se diz que é preciso morrer para renascer. Estamos vivendo o fim e o renascimento para sobreviver.”

E para continuar ‘respirando’, a dupla já prepara o AR volume 2, que já tem seis faixas gravadas, e se preparam para a turnê Tocando em Frente, em que se apresentam com Sérgio Reis, dia 14 de maio, às 22h30, no Espaço das Américas (Rua Tagipuru, 795). Os ingressos, que custam a partir de R$ 180 (R$ 90 meia) já estão à venda no site www.ticket360.com.br. Informações no telefone 2027-0777.




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