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Por que todo mundo não fala a mesma língua?
Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
21/06/2009 | 07:00
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Arquivo Pessoal


Kaique Eduardo Basílio Santos, 11 anos, acha difícil aprender outro idioma; por isso, gostaria que todo mundo falasse a mesma língua. "Quando as pessoas vão para outro país, não conseguem conversar com quem mora lá." O garoto adora estudar português, mas não gosta tanto de inglês. Na opinião de Kaique, um único idioma facilitaria o trabalho dos escritores, porque não seria preciso traduzir os livros.

As pessoas não falam a mesma língua porque faz parte da cultura transmitida de uma geração à outra, e cada povo tem a sua. Já pensou se todo mundo tivesse os mesmos costumes?

Por muito tempo, os homens viveram isolados, em pequenos grupos sem contato com os demais, diferentemente de hoje, quando é possível trocar mensagens em tempo real com quem está do outro lado do mundo. Assim, cada um desenvolveu a própria forma de se comunicar por desenhos, gestos e sons.

Ao longo do tempo, os sons começaram a ser usados para conversar, organizar o pensamento e dar nomes a seres e objetos, formando um idioma. A linguagem é uma das habilidades que diferem o homem dos outros animais. Somos os únicos a criar línguas para nos comunicar.

Mistureba - Os estudiosos ainda não conseguiram descobrir qual teria sido a primeira língua nem quando surgiu. Sabe-se, porém, que algumas são muito parecidas porque são originadas de um outro idioma mais antigo.

Italiano, português, espanhol, francês e romeno derivam do latim, língua antiga utilizada pelos romanos em uma região da Itália. Essa linguagem se espalhou pelos países que foram conquistados pelo Império Romano, misturando-se com outros idiomas e formando novos.

Vale lembrar que a língua muda ao longo dos tempos; algumas deixam de ser usadas e desaparecem. O português que falamos hoje no Brasil, por exemplo, recebeu influência de outros povos que vieram para cá, como árabe, africano, francês e holandês.

Histórias explicam a origem dos idiomas
Há diferentes contos religiosos e lendas que falam sobre o surgimento dos idiomas. Criá-los foi uma alternativa encontrada pelo homem para explicar o porquê de tantas línguas.

A Torre de Babel é uma das histórias bíblicas mais conhecidas. É a explicação cristã para a existência de diferentes idiomas e etnias no mundo. Conta que há muitos séculos, todas as pessoas falavam uma única língua. Na época, o homem decidiu construir uma torre gigantesca para chegar ao céu.

Deus não teria gostado da obra, achando que queriam ser deuses; por isso, decidiu castigar a humanidade. Teria feito com que as pessoas que ali estavam começassem a falar idiomas diferentes. Todos ficaram confusos e não conseguiam se entender. Assim, os homens brigaram e se separaram em grupos, que cresceram e deram origem aos povos que se espalharam pelo planeta.

Para os persas, um espírito do mal dividiu a língua original em várias outras. Na mitologia romana, a história é parecida, mas, nesse caso, o deus Mercúrio foi responsável por separar os idiomas.

Saiba mais
Calcula-se que existam cerca de 6.000 línguas em todo o mundo, dessas 2.500 correm o risco de desaparecer, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

 

O esperanto é uma língua universal (não pertence a um único país), criada em 1887 pelo polonês Ludwik Lejzer Zamenhof. O objetivo é que o idioma seja de fácil aprendizagem, facilitando a comunicação entre as pessoas em todo planeta. 

Os surdos têm uma linguagem própria feita por meio de sinais realizados com as mãos. No Brasil, é chamada Libras (Língua Brasileira de Sinais).

O mandarim, falado na China, é o idioma mais utilizado na Terra, seguido pelo hindi (língua oficial na Índia), espanhol e inglês.

Dia 23 de junho comemora-se o Dia da Língua Portuguesa. O português chegou no Brasil no século 16, trazido pelos colonizadores.

Antes de ser colonizado pelos portugueses, o Brasil possuía cerca de 1.200 línguas indígenas. Hoje, restam apenas 180.




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