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31ª Feira da Basiléa atrai colecionadores
Por Do Diário do Grande ABC
21/06/2000 | 10:46
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Milhares de colecionadores, donos de galerias e amantes da arte do mundo inteiro convergem desde terça-feira para Basiléa, na encruzilhada de três fronteiras, a fim de participar ou simplesmente observar as novidades da 31ª Feira de Arte Contemporânea.

Esta manifestaçao, chamada ``Art Basel', que começa nesta quarta e dura até o dia 26, é um ``gigantesco supermercado', como define o dono de galeria suíço Ernst Beyeler, criador da fundaçao com seu nome, que construiu recentemente um museu para abrigar sua coleçao pessoal.

Na terça, véspera da abertura oficial, centenas de pessoas se ativavam já em seus corredores, nos quais 250 galerias do mundo inteiro, rigorosamente selecionadas entre 800 candidaturas, apresentam cerca de cinco mil obras.

Numerosos quadros já encontraram comprador. ``Perdi seis quadros de Richter, um grande pintor alemao. Um minuto depois da abertura das portas, já estavam vendidos. A US$ 10 mil cada um, o que na realidade nao é caro', lamenta um galerista lisboeta, que vem pela primeira vez a Basiléa.

Por sua parte, um marchand francês vendeu em poucos minutos a outro galerista uma ``maleta museu' de Marcel Duchamp, por um preço que prefere nao revelar.

A grande figura da feira este ano é o italiano Lucio Fontana, artista abstracionista falecido em 1968. ``É uma loucura, há dez anos seus quadros nao valiam nem US$ 10 mil e agora os preços sao 30 vezes mais altos', declarou um colecionador.

Ao perguntar os preços dos quadros ao Studio Casoli, estabelecimentos com casas em Milao e Roma, a resposta é ``280' ou ``260'. Trata-se na realidade de US$ 280 mil ou US$ 260 mil.

A galeria alema Jablonka expoe Alex Katz e Andy Wahrhol, mas seu proprietário estima que sua obra prima é uma composiçao de Andreas Slominski intitulada ``La trampa' (A armadilha).

Outro artista de primeira linha este ano em Basiléa é o norte-americano residente na Itália Cy Twombly, representado em várias galerias. Seus quadros valem em torno de US$ 1 milhao.

A galeria belga Bernard Cats, de Knokke-le-Zoute, apresenta Calder, Fautrier e Fontana, vendido por US$ 520 mil, ou seja, quase duas vezes mais do que nas galerias italianas. ``É preciso ver a qualidade da obra', explica o galerista.

No boxe da galeria Bernd Kluser, de Munique, só sao apresentados artistas vivos. ``Nao há intermediários, os preços sao negociados com eles e nós lhes pagamos sua parte', explica a vendedora.

Na galeria Richard Gray, de Nova York, sao expostos artistas norte-americanos. Um David Hockney é proposto a US$ 2,25 milhoes.

``Esperamos clientes alemaes, belgas e italianos durante o fim de semana', explica um galerista que vem a Basiléa há dez anos.

A arte na Feira de Basiléa é antes de tudo uma questao de dinheiro. A feira é patrocinada também por um banco.




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