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Inflaçao de julho quadruplica e fecha em 1,55% pelo IGP-M
Por Do Diário do Grande ABC
29/07/1999 | 22:24
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A inflaçao de julho quadruplicou e fechou em 1,55% pelo Indice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundaçao Getúlio Vargas. A variaçao dos preços entre 21 de junho e 20 de julho foi bastante forte tanto no atacado quanto no varejo, deixando para trás os 0,36% de junho. A alta foi puxada por alimentos, por conta da entressafra, tarifas públicas e produtos que dependem da variaçao do dólar. A FGV continua, no entanto, apostando em inflaçao entre 12% e 13% em 1999 - está acumulada em 9,96%.

De acordo com o gerente de Indices Gerais da FGV, Elivaldo Pereira Conceiçao, os produtos industriais e agrícolas comandaram o galope dos preços, subindo 1,81% e 2,43% (era -0,17% mês passado), respectivamente. O Indice de Preços por Tacado (IPA) pulou de 0,33% para 2,01%. Dez itens se destacaram, entre eles bovinos, mamao, mandioca, óleo diesel, gasolina, aves e suínos.

O repasse, com reajuste de tarifas e preços controlados, foi quase imediato ao varejo. O Indice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,24% para 1,12% este mês, com impacto nos alimentos, que passaram de -0,99% para 0,2%. Mamao, leite longa vida e queijo e mussarela foram as maiores altas.

A alta na habitaçao, 1,9%, foi motivada pelas tarifas. A eletricidade havia subido 4,78% em junho e subiu outros 10,2%; o botijao, de 0,3% para 9,15%. O telefone aumentou 5,24%. Onibus subiram 2,23%. Planos de saúde subiram pela terceira vez consecutiva (2,78%) e os medicamentos aumentaram 2,62%.

Elivaldo Pereira espera inflaçao ligeiramente abaixo de 1% em agosto, já que os repasses de alimentos e tarifas serao pouco expressivos. Pesa a favor do consumidor o fato de a estimativa de safra do IBGE em junho ser de 82,6 milhoes de toneladas. Se nao houver novo reajuste de tarifas ou do preço internacional do petróleo, Elivaldo espera um mês de calmaria.

A expectativa e a vontade dos empresários parecem ser as mesmas. De acordo com a Sondagem Industrial da FGV feita este mês e ainda inédita, caiu de 21% para 11% o percentual de empresários ouvidos que pretendem aumentar seus preços neste trimestre acima dos reajustes que vinham aplicando.

O economista Salomao Quadros diz que o indicador é importante: quando em alta, acelera o IPA; quando em baixa, o derruba. ``Ou seja, o núcleo de pressao da inflaçao está sempre respondendo à coordenaçao macroeconômica. Preços administrados até podem subir. Mas é importante notar que a tendência para o segundo semestre é de preços em queda', aponta Quadros.




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