Economia Titulo Crise
Vale demite funcionários após férias coletivas
Por
21/11/2008 | 07:00
Compartilhar notícia


A decisão da Vale de apertar o cinco por conta da crise internacional já inclui demissões no eixo Pará, Espírito Santo e Minas Gerais. Fontes que acompanham as atividades da mineradora calculam que cerca de 400 dos 2.300 funcionários que entraram em férias coletivas no final de outubro já foram dispensados.

Na tentativa de evitar um corte ainda mais expressivo, o presidente do Sindicato dos Ferroviários de Minas Gerais e Espírito Santo, João Batista Cavalieri, marcou audiência para ontem com executivos da área de recursos humanos da Vale. Atualmente, a mineradora tem em sua folha de pagamentos, no Brasil e no Exterior, 56 mil funcionários.

"Queremos buscar uma saída para essa crise. Estamos fazendo um esforço para ganhar tempo e ver se as coisas melhoram. A Vale tem uma responsabilidade com o País, com a manutenção do emprego", afirmou Cavalieri. Na última terça-feira, em Brasília, o próprio presidente da mineradora, Roger Agnelli, admitiu que a companhia tem feito "ginástica" para evitar demissões após a decisão de cortar a produção em 30 milhões de toneladas de minério de ferro, 9,2% do total de 325 milhões de toneladas que estavam previstas para 2008.

"Até fevereiro ou março de 2009, o que a gente está fazendo é uma ginástica no sentido de manter os nossos empregados, porque sempre fizemos um investimento pesado na formação de nossos técnicos. Não é hora de perdê-los", afirmou. E completou: "Agora, isso tudo tem limite, e a gente está torcendo para que as coisas melhorem mais rapidamente."

A estratégia da Vale hoje é transferir os empregados das minas paralisadas para outras, que tenham custo de produção mais barato e, por isso, foram mantidas nesse período de desaceleração de atividades. Mas, segundo Cavalieri, as demissões vêm afetando principalmente os trabalhadores da ferrovia Vitória-Minas. Isto porque, explica, houve uma queda no volume transportado pela estrada de ferro com o fechamento de algumas minas e o corte na produção de outras em Minas Gerais.

"Acredito que entre 3,5% e 4% do pessoal já tenha sido demitido. Isso dá cerca de 100 pessoas somente nessa região", calcula. Além das demissões, uma fonte que acompanha as atividades da mineradora conta que a companhia quer diminuir custos também por meio de renegociações com fornecedores e cortes de terceirizados. Com a desaceleração da economia mundial, a Vale acredita que pode conseguir equipamentos a preços mais baratos para concluir seus projetos de expansão.

Hoje, o cenário é bem diferente do verificado até meados de 2008, quando as companhias, mesmo pagando mais caro, estavam enfrentando muita dificuldade para conseguir equipamento e pessoal com experiência para tocar seus investimentos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;