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Espera por carro 0 km chega a três meses
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
25/01/2008 | 07:04
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O novo modelo do Ford Ka sequer foi lançado e a fila de espera para se comprar o veículo nas revendas já chega a 90 dias, ou seja, com prazo de entrega para abril. O cenário, no entanto, não é isolado.

Modelos zero quilômetro de outras marcas encontram-se em situações semelhantes, de acordo com pesquisa feita pelo Diário com concessionárias do Grande ABC.

É o exemplo do Chevrolet Corsa 1.4 e do Fiat Punto, ambos com entregas previstas para 60 dias. O período para se ter um Fiat Palio zero quilômetro na garagem é de 20 a 30 dias. No caso dos Volkswagen Fox e Gol, a demora também é de cerca de um mês.

As filas são reflexo dos bons resultados obtidos pelo setor automotivo no ano passado, que atingiu recorde de 27,8% de crescimento na comparação com 2006, o equivalente a 2,3 milhões de carros vendidos.

As boas opções de financiamento oferecidas pelo mercado no final de 2007 – juros a 0,99% ao mês e até 84 vezes para pagar – impulsionaram o interesse por parte dos consumidores. Neste ano, no entanto, os juros já estão na casa dos 1,3% ao mês e o prazo máximo para financiamento é de 72 meses.

No caso do novo Ford Ka, as vendas para os consumidores sequer iniciaram e o número de interessados já ultrapassou os primeiros pedidos feitos pelas revendedoras. “As filas estão enormes e a procura foi acima do esperado. A fábrica fez a pré-venda antes de começar a produção”, disse Alfredo Rocha dos Santos, supervisor da concessionária Ford Mix, de São Caetano. O que aconteceu foi que as unidades solicitadas inicialmente pelas revendedoras já têm dono e há interessados por uma nova leva. Na Ford Mix, por exemplo, são mais de 500 pessoas.

Montadoras - A Ford informou que, como as vendas sequer começaram, os números não podem ser considerados como fila de espera. No entanto, não há informação se os pedidos feitos anteriormente pelas revendas serão atendidos de imediato. Os primeiros carros devem chegar nas lojas a partir do final da semana que vem.

Já o problema com os modelos da Volkswagen deve ser sanado ainda no primeiro trimestre, conforme comunicado da montadora ao Diário.

São dois os motivos pela espera: as férias coletivas dadas aos trabalhadores no final do ano, que diminuiu a produção, e o crescimento além do esperado da procura por parte dos consumidores.

Crédito - O ritmo de crescimento nas vendas verificado no ano passado foi resultado, principalmente, da grande quantidade de crédito disponível no mercado. No setor automotivo, o volume de dinheiro disponível para financiamentos girou em cerca de R$ 80 bilhões, quantidade 27% superior ao do ano anterior.



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