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Japao e China sao acusados de destruir taiga siberiana
Por Do Diário do Grande ABC
15/02/2000 | 11:24
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Os pinheiros da taiga siberiana, que representa 20% da superfície florestal do planeta, está ameaçado de perder suas árvores para satisfazer a demanda crescente de madeira do Japao e da China, denunciaram associaçoes ecologistas esta semana em Tóquio.

``O extremo oriente russo está se convertendo na 'colônia de matérias-primas' das economias asiáticas da costa do Pacífico', resumiu Josh Newell, representante de um ambicioso projeto de conservaçao dirigido pela seçao japonesa da organizaçao Amigos da Terra.

A pobreza dos habitantes dessas imensas terras russas e as relaçoes de empresários com a máfia sao o pano de fundo desta situaçao, que pode acarretar ``a destruiçao de um dos últimos santuários naturais do mundo', segundo os organizadores da campanha.

Para que sua campanha seja eficaz, as organizaçoes ecológicas esperam mobilizar os países desenvolvidos, principalmente o Japao, pressionando a poderosa indústria madeireira, para que ela se comprometa a respeitar a biodiversidade do bosque boreal, constituído em 70% por espécies coníferas. ``É uma regiao do mundo onde é possível proteger imensas zonas florestais ainda intactas', com espécies ameaçadas de extinçao, como o tigre da Sibéria, disse Newell.

``Há urgência em resolver o caso porque no extremo oriente russo, o corte de árvores praticamente saiu do controle do Estado. O corte ilegal alastrou-se demais e as leis nao sao cumpridas', afirmou.

``A máfia é bastante ativa. E militares corruptos participam do comércio ilegal de madeira', informou, por sua vez, Vladimir Moshkalo, diretor para a Rússia da World Conservation Union, organizaçao semi-oficial que participa da campanha.

Geograficamente perto do Sudeste da Sibéria, o Japao tem se transformado, nos últimos anos, no principal comprador de madeiras da taiga russa, em particular da faia e do pinho, utilizadas para a construçao de casas.

``É mais barato importar madeira da Rússia ou da Indonésia que do interior do país, por causa dos altos salários japoneses', informa Eiichiro Noguchi, coordenador do projeto de conservaçao ``Siberia Hotspots'.

Mas o Japao nao é o único acusado. ``A China se transformou num mercado importante do tráfico de madeira e seus 2 mil km de fronteiras com a Rússia tornam difícil o controle', disse Newell, afirmando que ``a demanda chinesa aumentou muito recentemente, por causa das restriçoes de corte' decididas pelas autoridades chinesas para proteger seus próprios bosques.

As associaçoes ecologistas nao pedem o fim da indústria madeireira da Sibéria, da qual dependem várias pequenas empresas familiares, mas sim ``medidas de controle, em particular a criaçao de certificados para a madeira cortada'.

O ambicioso programa ``Siberia Hotspots', do qual participam diversas organizaçoes nao-governamentais russas, compreende dez projetos regionais, principalmente nos arredores do rio Amor e na península de Chukotka.




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