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Estética indiana invade as lojas
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
27/01/2001 | 16:11
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O perfume dos incensos e o exotismo e beleza dos produtos oferecidos são o convite para que os clientes entrem nas chamadas lojas indianas que, apesar do nome, oferecem peças vindas de outros países do Oriente, como Tailândia, Indonésia e China. Há também produtos importados da América Latina e de algumas regiões do Brasil. Contemplando todos os gostos, idades e bolsos, os atrativos vão desde uma embalagem de incensos, a R$ 1,50, ou uma pulseira, a R$ 2 (ambos indianos), até objetos decorativos, com preços superiores a R$ 2 mil. Em Santo André, os interessados nessa estética podem visitar casas como Radharani (tel.: 4979-5124), no ABC Plaza Shopping, e Mais Leve que o Ar (tels.: 4994-2245 e 4331-1153), com unidades nos shoppings ABC e Metrópole, este em São Bernardo.

Em comum entre os freqüentadores, segundo os lojistas, existe a falta de interesse em se aprofundar na cultura hindu. O que mais atrai os clientes são a beleza, o processo artesanal e o exotismo (na visão ocidental) dos artigos. Peças de vestuário e objetos decorativos são os itens mais vendidos.

Na unidade da loja Mais Leve que o Ar do Shopping Metrópole, a reportagem do Diário encontrou o violeiro Fernando Deghi, 38 anos, de São Bernardo, que se apresentaria sexta-feira passada no Sesc São Caetano. Ele comprava roupas para a o show. “Gosto bastante dessas lojas, principalmente porque elas trazem algo da cultura de um povo. As peças não são apenas bonitas, têm muita história por trás”, disse o violeiro. Deghi comprou um conjunto indiano chamado bandjane: uma calça larga e uma túnica. “Vim em busca de uma roupa em que eu me sinta à vontade”, completou.

Na mesma loja, a veterinária Márcia Galego, 35 anos, falou que não costuma freqüentar as lojas indianas: “Entro por curiosidade. Gosto muito das bijuterias”.

Na Radharani, a estilista Sônia Rodrigues, 40 anos, disse que, apesar da profissão, não gosta da moda tradicional e, por isso, procura as roupas indianas. “Nas lojas convencionais, só vendem artigos parecidos, fabricados em série. Aqui, são oferecidos produtos menos comuns. Uso esse estilo de roupa desde a minha juventude: eu era hippie”, contou.

A auxiliar de enfermagem Maria Lázara da Silva, 52 anos, destacou a funcionalidade dos vestidos: “Eles são práticos e nem precisam ser passados. Eu os uso há cerca de 20 anos”.

Maria Gorete Jost, 34 anos, vendedora da Radharani, explicou que em geral os vestidos são de algodão, viscose ou crepe. “Além do tecido, o aspecto lavado das peças, que lhes dá um visual de roupa velha, dispensa que elas sejam passadas, complementando um estilo bastante despojado”, afirmou.

A atendente de telemarketing Paola Mara Armelin, 19 anos, afirmou que gosta de praticamente tudo o que é oferecido nas chamadas lojas indianas e também se confessou uma freqüentadora assídua: “Sempre dou uma passada”.

Paola estava na Radharani acompanhada de seu pai, o administrador de empresas Valter Armelin, 55 anos. Segundo ele, o gosto da filha influencia inclusive suas compras: “Já compramos peças decorativas aqui, como um espelho com moldura em madeira entalhada”.

A assistente de marketing Isabel Gasparri, 21 anos, curte mesmo os artigos decorativos. “Fico impressionada com as formas apuradas das peças. Gosto muito do design”. Isabel estava na loja com sua mãe, a professora Cátia Ribeiro Gasparri, 45 anos, que se disse apaixonada pelas roupas e pelos brincos: “Gosto pela beleza. Aprecio a cultura, mas não tenho nenhum conhecimento específico”.

Já a secretária Ione Pinna De Angeli, 44 anos, contou que não freqüenta esse tipo de loja, apesar de ter sido entrevistada em uma delas: “Entrei por causa das peças decorativas com motivos de animais. Das roupas eu não gosto”.

E, ao que tudo indica, o modismo do estilo indiano deve tomar novo impulso em breve, com a estréia prevista, para março de Estrela Guia, a próxima novela das seis da Globo. Na trama, a musa teen Sandy, interpretará a protagonista Cristal, uma cantora integrante de uma comunidade alternativa, que adota um visual neo-hippie, com várias influências do Oriente, em especial da Índia.




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